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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012


                                            UMA CASA...
...SETE MORADORES.


                Quantos “Eus” seu corpo hospeda? Talvez esta pergunta não tenha sido feita antes para você ou até mesmo não lhe pareça familiar. Contudo, é possível pensar  que a partir de então, você consiga refletir um pouco mais acerca da quantidade de pessoas que sua casa interior hospeda.

               Pode até parecer estranho, ou lembrar um pouco  fragmento da doutrina espírita, uma vez que, falar da pluralidade de pessoas que habitam dentro de nós não é nada comum,  porém, afirmo que o assunto não tem nada a ver com a religião citada ou qualquer outra, e, sim, com a realidade vivenciada por cada um de nós.

               Dessa forma, procurarei simplificar o assunto para facilitar seu entendimento. Pois bem, o ser humano embora possua apenas uma personalidade jurídica adiquirida com o nascimento e consolidada após registro civil, com decorrer do tempo, ele descobre que vive sozinho, uma vez que,  não tem muita graça ser solitário, e por imposição  social inicia a criação de diversos personagens com os quais estabelecem  alianças duradouras ou não, e consequentemente passa a  representar cada um deles de acordo com  o seguimento da sociedade que o acolhe. São vários os tipos e representações, o primeiro protagonista da história é  o “filho”, neste caso, quando tem oportunidade de conviver com seu genitor, busca querer ser igual  ao seu pai em quase tudo, é mais ou menos assim -quando crescer quero ser igual ao meu pai, fazer as mesmas coisas que ele faz, ter os mesmos amigos que ele tem e exercer a mesma profissão. Com o passar do tempo, surge o “amigo”, através das relações interpessoais com outros amiguinhos de escola ou de esquina. Como o tempo não pára, surge então  o “namorado”, o marido”, o profissional”, “o pai”, “o líder espiritual”, etc., enfim, muitos outros integrantes podem compor o mesmo espaço habitacional, independente do tamanho da casa, eles passam a conviver dentro do mesmo LAR.

                   Diante disso tudo, você acha que é possível manter a harmonia completa entre todos os moradores? É claro que não, mas, pode-se se é entender o porque. Pense comigo, teria os sete hóspedes citados acima, os mesmos gostos e comportamentos? É quase certo que a resposta também seria  não. Daí surge a grande sacada, é dentro de nós que nasce a primeira escola de convivência social, é nela, que aprendemos  o “saber viver e respeitar as diferenças”, é preciso saber escutar alguém enquanto  estiver falando. Vale ressalta o pensamento de Jaques Lacan, que vivemos para o  outro, ou os outros que tem o mesmo direito de hóspedes na mesma casa.

                  É bom lembrar, que a maioria dos conflitos demandados em nosso dia-a-dia, é reflexo disso tudo,  são gerados por pessoas que não aprenderam a conviver com seus “EU´S”, e como consequência do não conseguir organizar sua casa interior,  passam a viver em pé de guerra consigo mesmo, dessa forma,  reflete diretamente na relação interpessoal, ou seja, com seu próximo. É preciso botar ordem na  casa interior objetivando a harmonia entre os opostos "EU´S"

Gilberto Rezende

Psicanalista Clínico

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