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quarta-feira, 23 de maio de 2012

DISCUSSÃO EM FOCO

A guerra entre os psicólogos evangélicos e o Conselho Federal de Psicologia





(Hélio Schwartsman)

O clima é de guerra. De um lado, estão os gays e os Conselhos de Psicologia, em suas vertentes federal e regionais, de outro, os cristãos, mais especificamente o povo evangélico. O tema do embate é (aqui não há como evitar as aspas) "a cura da homossexualidade".

O certame teve início nos anos 90, quando militantes do movimento gay, em particular a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), começaram a denunciar aos conselhos os autointitulados psicólogos cristãos, que prometiam curar homossexuais.

A ABGLT pedia punições a esses profissionais com base no Código de Ética do Psicólogo, que, em seu artigo 2º, b, proíbe: "induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais".


Em 1999, depois de alguns casos rumorosos na mídia, o Conselho Federal (CFP) baixou a resolução nº 001/99, que não deixa nenhuma margem a dúvida:

 
"Art. 2° - Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas.

Art. 3° - Os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.

 
Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades.

 
Art. 4° - Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica".

 


Evidentemente, a briga continua, mas agora no plano da opinião pública e do Legislativo. Além de nos bombardear com e-mails sobre a "perseguição" a psicólogos cristãos, os evangélicos tentam no Congresso aprovar um projeto de decreto legislativo (PDC 234/11) para sustar artigos da resolução do CFP.

Vale observar que o proponente da matéria, o deputado João Campos (PSDB-GO), também tem projetos de decreto para derrubar a decisão do Supremo Tribunal Federal que legalizou as uniões estáveis homossexuais e a que autorizou as marchas da maconha.

A iniciativa do parlamentar social-democrata (sim, há ironia no adjetivo) é uma tremenda de uma bobagem. Da mesma forma que um médico não pode hoje sair por aí dizendo que cura a doença de Huntington e um físico está impedido de afirmar que faz o tempo correr para trás, um psicólogo não pode proclamar que possui terapias efetivas contra o que seu ramo de saber nem ao menos considera uma doença. Não se pode bater de frente e em público contra os consensos da disciplina.

Não existe algo como psicologia cristã, hidrostática católica ou cristalografia judaica. Idealmente, juízos científicos se sustentam na racionalidade amparada por evidências (mas a questão é mais complicada, como veremos ao final do artigo).

É claro que a ciência, ao contrário das religiões, não trabalha com dogmas. Um pesquisador que pretenda provar que a homossexualidade é uma doença pode tentar fazê-la em fóruns apropriados, como congressos e trabalhos científicos, e sempre apresentando argumentações técnicas, cuja validade e relevância serão julgadas procedentes ou não por seus pares. Se ele os convencer, muda-se o paradigma. Caso contrário, ou ele abandona o assunto ou deixa de falar na condição de psicólogo.

Como cidadão, acredito eu, todos sempre poderão dizer o que bem entendem --além de fazer tudo o que não seja ilegal. Padres e pastores vivem afirmando que a homossexualidade é pecado sem que o céu lhes caia sobre a cabeça. É claro que a ABGLT protesta e de vez em quando um membro do Ministério Público pode tentar alguma estrepolia, mas isso é do jogo. Apesar de alguns atritos, a liberdade de expressão vem sendo relativamente respeitada no Brasil nos últimos anos, como o prova a decisão do STF sobre a marcha da maconha que o representante do PSDB quer derrubar.

Vou um pouco mais longe e, já adentrando em terrenos hermenêuticos menos sólidos, arrisco afirmar que nem o Código de Ética nem a resolução do CFP impedem um psicólogo de, em determinadas condições, ajudar um homossexual que busca abandonar suas práticas eróticas.

Imaginemos um gay que, por algum motivo, esteja profundamente infeliz com a sua orientação sexual e deseje tornar-se heterossexual. O dever do profissional que o atende é tentar convencê-lo de que não há nada de essencialmente errado no fato de ser gay. Suponhamos, porém, que o paciente não se convença e continue sentindo-se desajustado. Evidentemente, ele tem o direito de tentar ser feliz buscando "curar-se". E seu psicólogo não está obrigado a abandonar o caso porque o paciente não aceita a ciência. Ao contrário, tem o dever ético de fazer o que estiver a seu alcance para diminuir o sofrimento do sujeito.

O que a resolução corretamente veta é que o psicólogo coloque na cabeça de seus pacientes a ideia de que ser gay é uma falha moral que pode e deve ser revertida. Impede também que ele faça propaganda em que promete terapias efetivas.

Dito isto, não acho uma boa estratégia a do movimento gay de vincular a defesa dos direitos de homossexuais a uma teoria científica. Este me parece, na verdade, um erro grave.

Para começar, a ciência está calcada em hipóteses que podem por definição ser refutadas a qualquer momento. Vamos supor que o fundamento lógico para eu recusar a discriminação contra gays resida na "evidência científica" de que a homossexualidade tem componentes genéticos e ambientais, não sendo, portanto, uma escolha que possa ser modificada. Imagine-se agora que alguém demonstre de forma insofismável que tais evidências estavam erradas. O que ocorre neste caso? A discriminação fica legitimada?

Não é preciso puxar muito pela memória para lembrar que movimentos por direitos civis e "ciência" (sim, fora dos manuais de epistemologia, ela é uma atividade humana como qualquer outra que caminha ao sabor de circunstâncias políticas e constructos sociais) já estiveram em lados diferentes das trincheiras. Até 1990, a Organização Mundial da Saúde listava a homossexualidade como uma doença mental. Os psiquiatras americanos faziam o mesmo até 1977. Não sei se recomendava ou não o exorcismo, mas certamente autorizava profissionais da saúde mental a tentar a "cura".

O argumento contra a discriminação de minorias precisa ser moral. É errado discriminar gays, negros e membros de qualquer seita religiosa porque não gostaríamos de sofrer tal tratamento se estivéssemos em seu lugar.



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Projeto de bancada evangélica propõe legalizar 'cura gay': Deputados querem modificar resolução do Conselho de Psicologia que proíbe tratar homossexualidade

(Anna Virginia Balloussier)

O paciente deita no divã e pede: não quer mais ser gay. O psicólogo deve ajudá-lo a reverter a orientação sexual?

Parlamentares evangélicos dizem que sim e tentam reverter uma resolução do Conselho Federal de Psicologia.

Um projeto de decreto legislativo quer sustar dois artigos instituídos em 1999 pelo órgão. Eles proíbem emitir opiniões públicas ou tratar a homossexualidade como um transtorno.

Segundo o projeto do deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica, o conselho "extrapolou seu poder regulamentar" ao "restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional".

O conselho de psicologia questiona se o projeto pode interferir na sua autonomia. Para o presidente do órgão, Humberto Verona, estão lá normas éticas para combater "uma intolerância histórica".

Deve-se curar a "síndrome de patinho feio", e não "a homossexualidade em si", diz Toni Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Para ele, é o preconceito que leva um gay a procurar tratamento.

"[Ninguém diz] 'cansei de ser hétero, vim aqui me transformar'", completa Verona.


Freud explica?

O estudante de direito e homossexual Fábio Henrique Andrade, 18, foi mandado para o psicólogo pela primeira vez com dez anos. O filho deveria "tomar jeito" antes que virasse gay, na opinião de sua família adotiva.

A voz fina tirava o pai do sério. "Falava que era de veado." E também o fato de ele só brincar com as meninas.

Para o pastor e deputado Roberto de Lucena (PV-SP), cruel é deixar "um homem em conflito" ao léu psicológico. Ele é relator do projeto de Campos, hoje sob análise da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara.

A princípio, Lucena crê que os pais têm o direito de mandar seus filhos para redirecionamento sexual. Mas reconhece que o tema deve ser discutido em audiência pública, prevista para as próximas semanas em Brasília.

Psicóloga cristã se diz vítima de 'perseguição'

Marisa Lobo, 39, que se diz "psicóloga cristã", luta contra o Conselho Regional de Psicologia do Paraná. Ela foi convocada a retirar da rede material vinculando psicologia e religião -o que fere o código de ética da categoria.

Um texto em seu blog sugere que para "alcançar a comunidade gay", deve-se seguir o exemplo de Jesus, que "não concordava com certos comportamentos, porém tratava com tolerância e amor".

Adepta da igreja batista, Lobo diz sofrer "perseguição religiosa". Ela nega oferecer "cura" a pacientes gays e rejeita acusações de homofobia. Diz ter a mesma opinião da cantora Claudia Leitte: "Amo [gays], mas prefiro meu filho machinho".

Para Verona, do Conselho Federal de Psicologia, "não existe psicólogo cristão: a psicologia é laica, a pessoa é cristã".

(Fonte: http://sergyovitro.blogspot.com.br/2012/02/projeto-de-bancada-evangelica-propoe.html)

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Marisa Lobo comenta a aprovação da audiência pública sobre a "cura gay"

Após a aprovação do requerimento de audiência pública para discussão do Código de Ética do Conselho Federal de Psicologia, encaminhado à presidência da Comissão de Seguridade Social e Família pelo relator deputado Federal Roberto de Lucena, a psicóloga Marisa Lobo publicou em seu blog um artigo sobre a discussão.

Marisa Lobo afirmou que a audiência pública para o debate de ideias “veio em um momento em que o CFP tem sido muito questionado por posturas antiéticas, até mesmo por estar cometendo crime de prevaricação, perseguição religiosa, preconceito travestido de defesa dos direitos humanos, e de falta de ética profissional”.

A psicóloga afirmou ainda que estará presente no debate, e que sua função será “discutir direitos constitucionais e a verdadeira intenção pela qual foi criada a resolução 01/999, que estabelece normas para atuação do psicólogo”, pois, segundo ela, da forma como está, a resolução “deixa dúvidas, com informações dúbias, capciosas, que somente impõem medo aos profissionais procurados, espontaneamente, por pessoas que queiram mudar sua orientação, condição e ou opção”.

O polêmico artigo 3 do Código de Ética do CFP determina que os psicólogos são proibidos de “realizar qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas e proíbe os psicólogos de adotarem ações coercitivas tendentes a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados”. No ponto de vista de Marisa Lobo, “a expressão – ‘não solicitados’ – não é, e não foi, explicada claramente para a sociedade”.

Atualmente, psicólogos podem sofrer punições caso recebam em seus consultórios pacientes buscando ajuda profissional para discutir sua sexualidade e não se recusem a atendê-los. Contra isso, o deputado João Campos propôs alteração no Código de Ética, para que os psicólogos possam atender pessoas que busquem ajuda para abandonar o homossexualismo.

Marisa Lobo afirmou que o “debate será construtivo, educativo, elucidativo e verdadeiro, vindo justamente para esclarecer o que podemos, e o que não podemos fazer quanto a sexualidade em nossa profissão”.



Confira abaixo a íntegra do artigo de Marisa Lobo:


Aprovada, por unanimidade, audiência Pública do projeto do deputado João Campos , relator deputado Lucena, que tem como intuito a discussão do papel do psicólogo no tratamento da sexualidade.

Esta discussão, extremamente importante, veio em um momento em que o CFP tem sido muito questionado por posturas antiéticas, até mesmo por estar cometendo crime de prevaricação, perseguição religiosa, preconceito travestido de defesa dos direitos humanos, e de falta de ética profissional.

Estarei nesta audiência juntamente com outros profissionais, e com o presidente do CFP. Minha função é discutir direitos constitucionais e a verdadeira intenção pela qual foi criada a resolução 01/999, que estabelece normas para atuação do psicólogo.

Uma resolução que deixa dúvidas, com informações dúbias, capciosas, que somente impõe medo aos profissionais procurados, espontaneamente, por pessoas que queiram mudar sua orientação, condição e ou opção. (termos usados pela própria resolução, e que são omitidos por militantes).

Precisamos, de maneira responsável, sem paixões idealistas, analisar esta resolução sim, e dar o devido direito à pessoa que sofre, seja ela homossexual ou heterossexual. Se os direitos são iguais e, se é normal, natural, então discordo quando dizem que nunca um heterossexual vai pedir para reverter sua sexualidade, pode sim. Seguindo este principio de normalidade, porque não? Se eu, profissional, achar que não, estarei agindo com preconceito e contradizendo a própria resolução, e a declaração de direitos humanos.

O artigo principal a ser questionado é esse abaixo

 
“Artigo 3: Neste sentido proíbe os psicólogos a realizar qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas e proíbe os psicólogos de adotarem ações coercitivas tendentes a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados”.

 
A expressão – “não solicitados” – não é, e não foi, explicada claramente para a sociedade. Agora esta sociedade e os profissionais saberão, de fato, que um ser humano que não estiver feliz com sua orientação, condição e ou opção tem direito de buscar ajuda, seja para reverter sua orientação, condição e ou opção de homo para hetero ou vice e versa. O que não pode ocorrer é o psicólogo prometer cura, pois não é doença, verdade absoluta, não é doença. Se fosse doença o psicólogo, ainda assim, não teria o direito de tratar, pois não é médico, muito menos psiquiatra.

Ao contrário do que tenta fazer crer o CFP, a homossexualidade não desapareceu por inteiro do Catálogo Internacional de Doenças adotado pela Organização Mundial de Saúde. O travestismo e o transexualismo, por exemplo, continuam a fazer parte da CID, sendo considerados “transtornos da personalidade e do comportamento do adulto”.

O debate será construtivo, educativo, elucidativo e verdadeiro, vindo justamente para esclarecer o que podemos, e o que não podemos fazer quanto a sexualidade em nossa profissão.

Esclareço que todo ser humano tem livre arbítrio, e tudo tem que ser feito dentro dos limites de seu desejo e vontade e, é exatamente esse direito, que iremos discutir, pois tem sido negado em parte.

Quem estiver feliz com sua orientação, condição e opção, não tem porque ficar contra essa audiência, será incompreensível este comportamento de se opor, pois estamos agindo de maneira absolutamente laica, e colocando em ação o artigo 18 da Declaração de Direitos Humanos, no intento de preservar os direitos de ambos os lados.

Todo cidadão tem direitos, sendo iguais perante a lei, e por que os que se declaram ex-gays, por exemplo, tem que se esconder? A perseguição é tanta pelo movimento militante da ditadura gay, que não dão esse direito a essas pessoas, ou seja, quem defende os ex-homossexuais? Se não pode haver reversão de orientação, então porque tem tantos ex-gays casados? Eu não falarei sobre esse tema na audiência, prefiro perguntar para o presidente do CFP, que pode ir se preparando para responder esta questão.

Vou me valer das palavras do ex-presidente do CFP – Furtado – que, explicando a resolução reforça – “Os psicólogos não podem, por regra ética, recusar atendimento a quem lhes procure em busca de ajuda.” Por isso é equivocada qualquer afirmação de que os psicólogos estão proibidos de atenderem homossexuais que busquem seus serviços, incluindo a demanda de atendimentos que possam ter como objeto o desejo, espontâneo e expresso, do cliente, de mudança de orientação sexual, seja ela hetero ou homossexual. No entanto os psicólogos não podem prometer cura, pois não podem considerar que seu cliente esteja doente, ou apresentando distúrbio ou perversão. No sentido da “moral” concordo, mas da perversão da libido original Freud explica.


Para quem sabe ler, sem preconceitos ideológicos, ao preservar integralmente esse dispositivo da resolução, João Campos deixa claro que não está propondo nenhuma “cura gay”, ou seja, ele concorda que os psicólogos não devem “patologizar” (transformar em doença) os “comportamentos homoeróticos”, muito menos devem obrigar ou induzir um homossexual a se submeter a qualquer tratamento contra sua própria vontade. Agora, o que nenhuma pessoa de bom senso pode aceitar, é que um conselho profissional baixe normas que afetem não apenas seus filiados no exercício da profissão, mas também a população de um modo geral, incluindo os próprios psicólogos que, antes de serem profissionais, são pessoas e precisam ter sua individualidade respeitada pelo conselho. Diz Julio severo

Abaixo segue requerimento aprovado por unanimidade:

Comissão de Seguridade Social e Família

R E Q U E R I M E N T O _______ 2012

(do Sr. Roberto de Lucena)


Requer realização de Audiência Pública para discussão do Projeto de Decreto Legislativo 234/2011 que visa sustar a aplicação do Parágrafo Único do Artigo 3º e Artigo 4º da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1 de 23 de março de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação a questão da orientação sexual

Senhor Presidente,

Requeiro com base nos artigos 117 e 255 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados, a realização de Audiência Pública para discutir o Projeto de Decreto Legislativo 234/2011 que susta a aplicação do Parágrafo Único do Artigo 3º e Artigo 4º da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1 de 23 de março de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação a questão da orientação sexual.

JUSTIFICATIVA

Em 19 de outubro de 2011 esta Comissão de Seguridade Social e Família aprovou, por unanimidade, a realização de uma Audiência Pública para discutir o Projeto de Decreto Legislativo 234/2011, da qual sou o relator, que visa sustar a aplicação do Parágrafo Único do Artigo 3º e Artigo 4º da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1 de 23 de março de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação a questão da orientação sexual (Requerimento nº 128/2011 –CSSF).

Em virtude das inúmeras atividades realizadas por esta Comissão não houve tempo hábil para a realização do importante debate no ano de 2011, razão pela qual apresento o presente Requerimento, reiterando o pedido de Audiência Pública para debater o mencionado PDC 234/2011 considerando que:

O PDC 234/2011 de autoria do ilustre Deputado João Campos foi distribuído para esta Comissão de Seguridade Social e Família. Na data 18 /08/2011 me foi designada relatoria, já estando o parecer e voto em fase de elaboração.

A matéria que versa o Projeto Decreto Legislativo é ao mesmo tempo polêmica e complexa, sendo ponto de divergência entre psicólogos. Alguns profissionais da área da psicologia defendem a Norma criada no ano de 1999 e outros já buscam a alteração pois interpretam que ela impõe duras regras para os terapeutas que desejam atuar ajudando pessoas com conflitos e dúvidas em virtude da orientação sexual assumida.

Entendo que a matéria não pode ser vista apenas sob a égide de uma única classe profissional pois ela alcança a sociedade de uma forma geral. O tema requer um estudo e uma análise aprofundada levando em consideração os aspectos científicos e também sociais que o envolvem.

No mesmo sentido entendo que a matéria também deve ser submetida aos maiores interessados, ou seja, às pessoas que desejam buscar na psicologia ajuda em virtude de dúvidas quanto a orientação sexual assumida.

Psicólogos que passaram a atender pessoas que desejam voluntariamente abandonar sua orientação sexual já foram punidos. Há caso inclusive de condenação, em todas as instâncias no âmbito do Conselho Federal de Psicologia, a exemplo da psicóloga Rozangela Justino do Estado do Rio de Janeiro.

Por outro lado, um grupo cada vez maior de pais, educadores e até mesmo de pessoas que desejam ajuda, para si ou para amigos e parentes, em virtude dos conflitos e dúvidas quanto a orientação sexual, manifestam-se preocupados com o possível impedimento imposto pela Resolução 01/1999, manifestações, em grande número, que tenho recebido em meu gabinete parlamentar desde que fui nomeado relator do PDC 234/2011.

Neste sentido, em virtude da discussão ainda ser nova nesta Câmara dos Deputados e em razão do total desconhecimento dos parlamentares sobre todas as implicações que envolvem o tema, entendo necessário a realização de Audiência Pública para discussão da matéria com o objetivo de nortear a emissão do parecer deste relator, bem como para dar subsídios aos parlamentares membros da Comissão de Seguridade Social e Família durante o processo de votação.

Assim requeiro, após ouvido o Plenário, a realização de Audiência Pública convidando como expositores: Dr. Humberto Verona, Presidente do Conselho Federal de Psicologia; Dra. Marisa Lobo, escritora e psicóloga curso de extensão em psicologia da sexualidade pós em saúde mental : Professor Claudemiro Soares, autor do livro “A Homossexualidade Masculina”; o Dr. Luciano Garrido e um representante do Ministério Público do Trabalho.

Sala das Comissões, de de 2012.

Deputado Roberto de Lucena

PV/SP


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A psicóloga Marisa Lobo é evangélica, membro de uma igreja batista em Curitiba. Nos últimos meses, tem enfrentado oposição ferrenha de muitos de seus colegas por defender que é possível “tratar um homossexual” que deseja abandonar tal prática. Embora não goste de usar o termo “cura”, Marisa acredita que todo homossexual tem direito a tratamento.

Marisa Lobo participará da audiência pública que discutirá o projeto de decreto legislativo, encaminhado pelo deputado João Campos (PSDB-GO), que pode suspender dois artigos (instituídos em 1999) que proíbem um psciólogo de emitir opiniões públicas ou tratar a homossexualidade como doença.

Em meio a esse debate, foi publicado na Folha de São Paulo o artigo que seria uma resposta aos políticos evangélicos. Intitulado “Não cabe cura para quem não está doente”, é assinado por Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia e por Carla Biancha Angelucci, presidente do Conselho Federal de Psicologia de São Paulo.

Seu objetivo é contestar as críticas aos Conselhos de Psicologia. O motivo é simples: para essas entidades, orientação sexual não constitui “doença, distúrbio ou perversão”.

Seus autores alegam que desejam apenas defender a “laicidade” da psicologia. Uma vez que o assunto chegou à esfera do Legislativo, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), coordenador da Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT, afirmou que o projeto da bancada evangélica que possibiltaria a “cura gay” é uma “aberração”.

O parlamentar alega que “Querem legalizar um tratamento que enseja tortura psicológica e física. O principal grupo dos Estados Unidos que defendeu a psicoterapia como forma de curar a homossexualidade já veio a público pedir desculpas pelos suicídios que muitos adolescentes cometeram, induzidos por esse suposto tratamento”.

Leia o texto do CFP na íntegra:


(Assinam: Carla Biancha Angelucci, Presidente do Conselho de Psicologia de São Paulo, e Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia)

Cumprindo as suas atribuições, o CFP, por meio da resolução 01/99, regulamenta a atuação dos psicólogos com relação à questão da orientação sexual.

Considerando que as homossexualidades não constituem doença, distúrbio ou perversão (compreensão similar à da Organização Mundial da Saúde, da Associação Americana de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina), a resolução proíbe que o psicólogo proponha seu tratamento e cura.

Entretanto, em nenhum momento fica proibido o atendimento psicológico à homossexuais, como afirmado pelo deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional, que propõe um projeto que pretende sustar dois artigos da citada resolução.

Isso fere a autonomia do CFP como órgão que fiscaliza e orienta o exercício da psicologia e contraria as conquistas no campo dos direitos sexuais e reprodutivos, consolidados nacional e internacionalmente.

A iniciativa do CFP foi pioneira e, na época, o Brasil passou a ser o único país no mundo com uma resolução desta natureza. Por isso, o conselho recebeu dois prêmios de direitos humanos.

Vale ressaltar que, a partir da resolução brasileira, a Associação Americana de Psicologia formou um grupo específico para elaborar documentos de referência para norte-americanos e canadenses, reafirmando posteriormente a inexistência de evidências a respeito da possibilidade de se alterar orientações sexuais por meio de psicoterapia.

A discussão sobre a patologização da homossexualidade é comumente atravessada por questões religiosas, já que certas práticas sexuais são vistas também como imorais e contrárias a determinadas crenças.

Entretanto, há que se reafirmar a laicidade da psicologia, bem como de nosso Estado. Isso significa que crenças religiosas – que dizem respeito à esfera privada das pessoas – não podem interferir no exercício profissional dos psicólogos, nem na política brasileira.

Nesse sentido, ao associar o atendimento à pretensa cura de algo que não é doença, entende-se que o psicólogo contribui para o fomento de preconceitos e para a exclusão de uma parcela significativa de nossa população.

Considerando que a experiência homossexual pode causar algum sofrimento psíquico, o psicólogo deve reconhecer que ele é decorrente, sobretudo, do preconceito e da discriminação com aqueles cujas práticas sexuais diferem da norma estabelecida socioculturalmente.

O atendimento psicológico, portanto, deve, em vez de propor a “cura”, explorar possibilidades que permitam ao usuário acessar a realidade da sua orientação sexual, a fim de refletir sobre os efeitos de sua condição e de suas escolhas, para que possa viver sua sexualidade de maneira satisfatória e digna.


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Parlamentares da bancada evangélica tentam reverter uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que instituiu dois artigos proibindo psicólogos de emitirem opiniões públicas ou tratar a homossexualidade como sendo um transtorno.

De acordo com o líder da Frente Parlamentar Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), o conselho “extrapolou seu poder regulamentar” por querer “restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional”.

Por outro lado, o Conselho de Psicologia levanta a bandeira da autonomia da instituição, alegando que o projeto poderia interferir nessa questão.

Segundo a Folha de São Paulo, o presidente do órgão, Humberto Verona, entende que nas diretrizes emitidas no projeto estariam normas éticas necessárias para combater o que chamou de ‘intolerância histórica’. ”[Ninguém diz] ‘cansei de ser hétero, vim aqui me transformar’”, alega Verona.

Para o Dep. João Campos o CFP está extrapolando o seu poder regulamentar

Já para o presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis, o que deve ser curada é a ‘síndrome de patinho feio’, e não ‘a homossexualidade em si’. Em seu entender, somente o preconceito é que leva um gay a buscar tratamento.

O relator do projeto, deputado e pastor Roberto de Lucena (PV-SP), diz que é cruel deixar um indivíduo em conflito ao léu psicológico.

Hoje, o projeto se encontra em análise na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. A próxima etapa será a discussão em audiência pública que pode acontecer nas próximas semanas em Brasília.

Perseguição religiosa

Este não é o primeiro conflito envolvendo conselho federal, religião e psicologia. Há cerca de um mês, o Conselho Federal de Psicologia acatou uma denúncia contra a psicóloga cristã Marisa Lobo por ela divulgar nas redes sociais que professa a fé cristã até em palestras em que participa.

Segundo a própria psicóloga, que divulgou o fato em seu Twitter, o Conselho Federal de Psicologia ameaçou cassar seu registro de profissional caso não negue sua fé em Cristo. A condição para evitar a cassação seria retirar de seus perfis nas mídias sociais toda e qualquer menção à sua fé.

Marisa classificou a atitude como perseguição religiosa. Muitos usuários das redes sociais emitiram apoio à profissional, com incentivos à sua atuação, e manifestações de indignação pelo ocorrido. Algumas manifestações questionaram se o direito à liberdade de expressão, crença e culto, previstos na Constituição Federal, não se aplicam ao estatuto do Conselho Federal de Psicologia.

Marisa ainda aguarda o resultado do processo que está em andamento, sem previsão de conclusão.


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(Dilma e Marisa Lobo)

O pastor e deputado federal Marco Feliciano usou a tribuna da Câmara dos Deputados para demonstrar sua preocupação com as medidas tomadas pelo Conselho Regional de Psicologia contra a psicóloga Marisa Lobo.

Em seu discurso, o deputado afirmou admirar a profissão de Marisa e afirmou ter visto, em seu ministério, casos em que a ciência e a fé trabalharam juntas, completando uma à outra.

Feliciano afirmou que as medidas tomadas pelo Conselho se assemelharam a perseguição: “Observamos as atitudes desse Egrégio Conselho que nos remeteu aos métodos da Inquisição, pois não se trata de fatos ocorridos durante atendimento em consultório, mas sim divulgação feita através dos diversos segmentos”, lembrando que as acusações de desvio de conduta da Drª Marisa Lobo referem-se ao conteúdo divulgado pela psicóloga em seus perfis em redes sociais.

Marco Feliciano também afirmou que aguarda revisão do caso por parte do Conselho Federal de Psicologia e que o fato de Marisa Lobo identificar-se como cristã apenas realça a importância que ela dá a sua profissão: “O fato de a Drª Marisa usar no seu título “psicóloga cristã” só faz enobrecer sua credencial, não vemos onde possa ser alvo de sanção disciplinar, espero que os dirigentes do Conselho Federal de Psicologia e do Conselho Regional de Psicologia do Paraná, atendam nosso pedido de ponderar, no sentido de analisar no que essa competente profissional, no exercício de sua cidadania, no uso das redes sociais, possa estar de qualquer forma denegrindo a prestigiosa classe dos Psicólogos”.

Confira abaixo a íntegra do discurso do deputado Marco Feliciano:

Uso desta tribuna para homenagear uma classe de profissionais que muito tem colaborado para o bem estar de milhares de pessoas que sofrem de algum tipo de distúrbio emocional, refiro-me aos Psicólogos. Na minha atuação como Pastor, tenho presenciado inúmeros casos onde a religião se integra à ciência, e se completam, pois a Fé e o conhecimento fazem parte da própria essência divina, que acreditamos, possuir através do espírito características exclusivas de nós seres humanos e é nossa crença que se alicerçam as relações humanas.

Ao mesmo tempo aproveito para manifestar minha preocupação com relação a atitudes do Conselho Federal de Psicologia que enviou pedido de instauração de procedimento disciplinar ao Conselho Regional de Psicologia do estado do Paraná, contra a Psicologia do estado do Paraná, contra a Psicóloga Marisa Lobo, por professar sua Fé cristã. Observamos as atitudes desse Egrégio Conselho que nos remeteu aos métodos da Inquisição, pois não se trata de fatos ocorridos durante atendimento em consultório, mas sim divulgação feita através dos diversos segmentos. Em nenhum momento a Drª Marisa Lobo, demonstra que usa esses meios de comunicação para o engrandecimento da pessoa humana.O fato da Drª Marisa se identificar como psicóloga cristã, nada mais é do que o reconhecimento da importância que dá a sua formação profissional. O que nos causa estranheza é que as reclamações que teriam chegado ao Conselho Federal de Psicologia, que reavalie sua posição em relação ao procedimento. O que nos causa estranheza é que as reclamações que teriam chegado ao Conselho Federal de Psicologia em relação a Drª Marisa, deu-se através de redes sociais virtuais, e não formalmente como se esperaria de alguém realmente preocupado com o aprimoramento das instituições profissionais.

Foi nos informado que o Conselho de Psicologia do Paraná, em procedimento disciplinar instaurado para apurar desvio ético profissional que teria sido cometido pela Drª Marisa, deu prazo de 15(quinze) dias, para que a apurada retirasse de todas as redes sociais sua referência a ser psicóloga cristã. O fato de a Drª Marisa usar no seu título, psicóloga cristã, só faz enobrecer sua credencial, não vemos onde possa ser alvo de sanção disciplinar, espero que os dirigentes do Conselho Federal de Psicologia e do Conselho Regional de Psicologia do Paraná, atendam nosso pedido de ponderar, no sentido de analisar no que essa competente profissional, no exercício de sua cidadania, no uso das redes sociais, possa estar de qualquer forma denegrindo a prestigiosa classe dos Psicólogos.

Muito Obrigado!


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Afrontas evangélicas à laicidade do Estado e da Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia proíbe os psicólogos de emitir opiniões ou tratar a homossexualidade como transtorno. Mas o deputado João Campos (PSDB-GO) apresentou um projeto legislativo que visa a permitir que psicólogos tentem curar a homossexualidade dos pacientes que assim desejarem. O Conselho criticou esse projeto, lembrando que suas normas éticas procuram combater a intolerância.

Essa questão veio à tona motivada pela recente polêmica protagonizada pela “psicóloga cristã” Marisa Lobo, que usava sua profissão para aplicar conceitos religiosos contrários à perspectiva hegemônica na ciência Psicologia, tentando curar homossexuais de sua “doença” e contrariando a ética do Conselho Federal de Psicologia.

Que a homossexualidade não é doença existe um relativo consenso nas áreas da Saúde, especialmente aquelas ligadas à mente, como a Psicologia e a Psicanálise. Desde 1990 a Organização Mundial da Saúde (OMS) não considera mais a homossexualidade uma patologia.

Assim, o que ainda motiva a classificação desse comportamento sob o rótulo de “doença”? Certamente não é nenhuma teoria científica biológica ou psicológica, mas um valor tradicional ligado às noções culturais de masculinidade e feminilidade ideais e, em especial, a ideia bíblica de que a homossexualidade é um pecado, ou seja, um comportamento mau que deve ser corrigido sob pena da punição divina. Quando se transpõe essa ideia para uma terapia psicológica, ela se traduz como “uma doença que deve ser curada”.

É preciso cuidado nessa questão ao levantar o problema da liberdade religiosa. Um homossexual evangélico adulto tem plena liberdade de buscar em sua religião, com ajuda da sua igreja e seus pastores, uma “correção” ou “cura” (espiritual) para assumir comportamento condizente com os preceitos cristãos (não estou dizendo que vá conseguir virar hétero, nem acho que seja fácil). Mas ele não vai encontrar esse tipo de abordagem na Psicologia (ao menos na psicologia feita com responsabilidade ética).

Se um homossexual busca um psicólogo, é papel deste buscar a origem da aflição do paciente, e ela não está no mero fato de a pessoa gostar de parceiros sexuais do mesmo sexo ou no sentimento de inadequação ao próprio sexo. O problema é social, está na discriminação sofrida por aqueles que se desviam da norma aceita, o que leva à dificuldade de autoaceitação.

Qualquer medida que vise ao fim do sofrimento das pessoas com sexualidade “desviante” deve buscar promover a erradicação da ignorância sobre a sexualidade humana, o fim da discriminação e a substituição da desigualdade pela assunção da diferença e da diversidade.

O projeto do deputado Campos faz parte de uma constante tentativa de políticos ligados ao Cristianismo para introduzir no Estado laico brasileiro os valores de uma parcela da população que não representa a diversidade dos brasileiros. A própria ideia de uma “Frente Parlamentar Evangélica”, da qual Campos é o líder, já é uma afronta à laicidade, pois fortalece um grupo que confunde valores religiosos adstritos à esfera individual com valores democráticos que dizem respeito ao conjunto de cidadãos brasileiros.


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 Caso Rozangela Justino

O Caso Rozangela Justino refere-se ao processo de censura pública aplicado pelo Conselho Federal de Psicologia do Brasil (CFP) à psicóloga brasileira Rozangela Alves Justino por oferecer tratamento a pacientes que quisessem deixar a homossexualidade. O CFP confirmou a censura pública anteriormente imposta pelo Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, afirmando que a conduta da psicóloga contraria a determinação da Organização Mundial da Saúde de 17 de maio de 1990 e a Resolução CFP n.° 001/99, de 22 de março de 1999, do CFP, que diz que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão" e que, pois, "os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades".

Processo

Em 2007, uma ONG de defesa dos direitos homossexuais sediada em Nova Iguaçu ingressou com representação contra a psicóloga no Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, que decidiu no final daquele ano pela censura pública.

Tendo recorrido daquela decisão, o Conselho Federal de Psicologia do Brasil manteve a censura pública, conforme decisão tomada em 31 de julho de 2009. Expôs o Conselho Federal de Psicologia do Brasil que, ao oferecer terapia para que homossexuais deixassem a homossexualidade, a psicóloga infringiu a Resolução CFP n.° 001/99, de 22 de março de 1999 Essa resolução encontra ainda respaldo na determinação da Organização Mundial da Saúde de 17 de maio de 1990, ao expressar que "a homossexualidade não constitui doença, nem distúrbio e nem perversão".

O advogado da psicóloga afirmou que recorreria à justiça comum contra a decisão, e a psicóloga disse que continuaria oferecendo o mesmo tratamento.Um dia antes do julgamento do recurso, a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT) protocolou no Conselho Federal de Psicologia um abaixo-assinado contendo 133 organizações que pediam a manutenção da censura pública. Também já encaminhou representação ao Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro pedindo a cassação do registro da profissional, processo que aguardava a conclusão do pedido de censura.

Nove dias antes da decisão, em 22 de julho, Rozangela havia ingressado com mandado de segurança na 15ª Vara Federal do Distrito Federal, pedindo a suspensão do processo, alegando a inconstitucionalidade da Resolução nº 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia, mas em 30 de julho, um dia antes da decisão, a liminar foi indeferida.


Polêmica

O caso ganhou notoriedade nos meios de comunicação quando Rozangela Justino foi censurada institucionalmente por prometer reverter a homossexualidade. A classificação oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 1990 e a resolução específica do Conselho Federal de Psicologia do Brasil (CFPB) de 1999, excluem a tipificação de patologia à homossexualidade.

Sobre a punição, Rozangela afirma que "o movimento pró-homossexualismo tem feito alianças com conselhos de psicologia e quer implantar a ditadura gay no país".

O bispo da Diocese de Recife da Igreja Anglicana do Cone Sul da América, reverendo Robinson Cavalcanti, declarou seu apoio à psicóloga, considerando que o resultado do julgamento foi um "ato de perseguição heterofóbica do Conselho Federal de Psicologia". Durante o processo de 2009, Rozangela só admitiu ser fotografada disfarçada, dizendo-se perseguida, comparando a militância homossexual ao nazismo, afirmando que "o ativismo pró-homossexualismo está diretamente ligado ao nazismo. Todos os movimentos de desconstrução social estudam o nazismo, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico mundial."

Em julho de 2009 afirmou que "Estão me submetendo a uma mordaça. Mas quero dizer às pessoas que estão em estado de sofrimento psíquico e desejam deixar a homossexualidade que procurem profissionais nas suas cidades." Sobre a ligação à prática religiosa, Rozangela afirmou, na mesma data, "Tenho minha experiência religiosa que eu não nego. Tudo que faço fora do consultório é permeado pelo religioso. Sinto-me direcionada por Deus para ajudar as pessoas que estão homossexuais."

Em novembro de 2009, Rozangela comunicou publicamente que, devido às pressões sofridas, inclusive ameaças de morte, e em acato à decisão do CFP, não mais ofereceria terapia para pessoas que desejam deixar o comportamento homossexual.


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Entrevista com Rozangela Justino

Aceitar as diferenças e entender as variações da sexualidade são traços comuns das sociedades contemporâneas civilizadas. A psicóloga Rozângela Alves Justino, 50, faz exatamente o contrário. Formada em 1981 pelo Centro Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro, com especialização em psicologia clínica e escolar, ela considera a homossexualidade um transtorno para o qual oferece terapia de cura. Na semana passada, foi censurada publicamente pelo Conselho Federal de Psicologia (formado, segundo ela, por muitos homossexuais "deliberando em causa própria") e impedida de aceitar pacientes em busca do "tratamento". Solteira, dedicada à profissão e fiel da Igreja Batista, Rozângela diz que ouviu um chamado divino num disco de Chico Buarque e compara a militância homossexual ao nazismo. Só se deixa fotografar disfarçada, por se sentir ameaçada, e faz uma defesa veemente de suas opiniões.

A senhora acha que os homossexuais sofrem de algum distúrbio psicológico?

O Conselho Federal de Psicologia não quer que eu fale sobre isso. Estou amordaçada, não posso me pronunciar. O que posso dizer é que eu acho o mesmo que a Organização Mundial de Saúde. Ela fala que existe a orientação sexual egodistônica, que é aquela em que a preferência sexual da pessoa não está em sintonia com o eu dela. Essa pessoa queria que fosse diferente, e a OMS diz que ela pode procurar tratamento para alterar sua preferência. A OMS diz que a homossexualidade pode ser um transtorno, e eu acredito nisso.

"Conheço pessoas que deixaram as práticashomossexuais. E isso lhestrouxe conforto. Perderama atração homossexual,que foi se minimizando. Deixaram de sentir o

desejo por intermédio da psicoterapia e por outros meios"

O que é não estar em sintonia com o seu eu, no caso dos homossexuais?

É não estar satisfeito, sentir-se sofrido com o estado homossexual. Normalmente, as pessoas que me procuram para alterar a orientação sexual homossexual são aquelas que estão insatisfeitas. Muitas, depois de uma relação homossexual, sentem-se mal consigo mesmas. Elas podem até sentir alguma forma de prazer no ato sexual, mas depois ficam incomodadas. Aí vão procurar tratamento. Além disso, transtornos sexuais nunca vêm de forma isolada. Muitas pessoas que têm sofrimento sexual também têm um transtorno obsessivo-compulsivo ou um transtorno de preferência sexual, como o sadomasoquismo, em que sentem prazer com uma dor que o outro provoca nelas e que elas provocam no outro. A própria pedofilia, o exibicionismo, o voyeurismo podem vir atrelados ao homossexualismo. E têm tratamento. Quando utilizamos as técnicas para minimizar esses problemas, a questão homossexual fica mínima, acaba regredindo.

Há estudos que mostram que ser gay não é escolha, é uma questão constitutiva da sexualidade. A senhora acha mesmo possível mudar essa condição?

Cada um faz a mudança que deseja na sua vida. Não sou eu a responsável pela mudança. Conheço pessoas que deixaram as práticas homossexuais. E isso lhes trouxe conforto. Conheço gente que também perdeu a atração homossexual. Essa atração foi se minimizando ao longo dos anos. Essas pessoas deixaram de sentir o desejo por intermédio da psicoterapia e por outros meios também. A motivação é o principal fator para mudar o que quiser na vida.

A senhora é heterossexual? Sou.

Pela sua lógica, seria razoável dizer que, se a senhora quisesse virar homossexual, poderia fazê-lo. Eu não tenho essa vivência. O que eu observei ao longo destes vinte anos de trabalho foram pessoas que estavam motivadas a deixar a homossexualidade e deixaram. Eu conheço gente que mudou a orientação sem nem precisar de psicólogo. Elas procuraram grupos de ajuda e amigos e conseguiram deixar o comportamento indesejado. Mas, sem dúvida, quem conta com um profissional da área de psicologia tem um conforto maior. Eu sempre digo que é um mimo você ter um psicólogo para ajudá-lo a fazer essa revisão de vida. As pessoas se sentem muito aliviadas.

Esse alívio não seria maior se a senhora as ajudasse a aceitar sua condição sexual?

Esse discurso está por aí, mas não faz parte do grupo de pessoas que eu atendo. Normalmente, elas vêm com um pedido de mudança de vida.

Se um homem entrar no seu consultório e disser que sabe que é gay, sente desejo por outros homens, só precisa de ajuda para assumir perante a família e os amigos, a senhora vai ajudá-lo?

Ele não vai me procurar. Eu escolho os pacientes que vou atender de acordo com minhas possibilidades. Então, um caso como esse, eu encaminharia a outros colegas.

Não é cruel achar que os gays têm alguma coisa errada?

O que eu acho cruel é ser uma profissional que quer ajudar e ser amordaçada, não poder acolher as pessoas que vêm com uma queixa e com um desejo de mudança. Isso é crueldade. Eu estou me sentindo discriminada. Há diversos abaixo-assinados de muitas pessoas que acham que eu preciso continuar a atender quem voluntariamente deseja deixar a atração pelo mesmo sexo.

Por que a senhora acha que o Conselho Federal de Psicologia está errado e a senhora está certa?

Há no conselho muitos homossexuais, e eles estão deliberando em causa própria. O conselho não é do agrado de todos os profissionais. Amanhã ele muda. Eu mesma posso me candidatar e ser presidente do Conselho de Psicologia. Além disso, esse conselho fez aliança com um movimento politicamente organizado que busca a heterodestruição e a desconstrução social através do movimento feminista e do movimento pró-homossexualista, formados por pessoas que trabalham contra as normas e os valores sociais.

Gays existem desde que o mundo é mundo. Aparecem em todas as civilizações. Isso não indica que é um comportamento inerente a uma parcela da humanidade e não deve ser objeto de preconceito? Olha, eu também estou sendo discriminada. Estou sofrendo preconceito. Será que não precisaria haver mais aceitação da minha pessoa? Há discriminação contra todos. Em 2002, fiz uma pesquisa para verificar as violências que as pessoas costumam sofrer, e o segundo maior número de respostas foi para discriminação e preconceito. As pessoas são discriminadas porque têm cabelo pixaim, porque são negras, porque são gordas. Você nunca foi discriminada?

Não como os gays são. Não? Nunca ninguém a chamou de nariguda? De dentuça? De magrela? O que quero dizer é que as pessoas que estão homossexuais sofrem discriminação como todas as outras. Eu tenho trabalhado pelos que estão homossexuais. Estar homossexual é um estado. As pessoas são mulheres, são homens, e algumas estão homossexuais.

Isso não é discriminação contra os que são homossexuais e gostam de ser assim?

Isso é o que você está dizendo, não é o que a ciência diz. Não há tratados científicos que digam que eles existem. Eu não rotulo as pessoas, não chamo ninguém de neurótico, de esquizofrênico. Digo que estão esquizofrênicos, que estão depressivos. A homossexualidade é algo que pode passar. Há um livro do autor Claudemiro Soares que mostra que muitas pessoas famosas acreditam que é possível mudar a sexualidade. Entre eles Marta Suplicy, Luiz Mott e até Michel Foucault, todos historicamente ligados à militância gay.

Quantas pessoas a senhora já ajudou a mudar de orientação sexual?

Nunca me preocupei com isso. Psicólogo não está preocupado com números. Eu vou fazer isso a partir de agora. Vou procurar a academia novamente. Vou fazer mestrado e doutorado. Até hoje, eu só me preocupei em acolher pessoas.

O que a senhora faria se tivesse um filho gay?

Eu não teria um filho homossexual. Eu teria um filho. Eu iria escutá-lo e tentaria entender o que aconteceu com ele. Os pais devem orientar os filhos segundo seus conceitos. É um direito dos pais. Olha, eu quero dizer que geralmente as pessoas que vivenciam a homossexualidade gostam muito de mim. E também quero dizer que não sou só eu que defendo essa tese. Apenas estou sendo protagonista neste momento da história.

A senhora se considera uma visionária?

Não. Eu sou uma pessoa comum, talvez a mais simplesinha. Não tenho nenhum desejo de ficar famosa. Nunca almejei ir para a mídia, ser artista, ser fotografada.

A senhora já declarou que a maior parte dos homossexuais é assim porque foi abusada na infância. Em que a senhora se baseou?

É fato que a maioria dos meus pacientes que vivenciam a homossexualidade foi abusada, sim. Enquanto nós conversamos aqui, milhares de crianças são abusadas sexualmente. Os estudos mostram que os abusos, especialmente entre os meninos, são muito comuns. Aquelas brincadeiras entre meninos também podem ser consideradas abusos. O que vemos é que o sadomasoquismo começa aí, porque o menino acaba se acostumando àquelas dores. O homossexualismo também.

A senhora é evangélica. Sua religião não entra em atrito com sua profissão?

Não. Sou evangélica desde 1983. Nos anos 70, aconteceu algo muito estranho na minha vida. Eu comprei um disco do Chico Buarque. De um lado estavam as músicas normais dele. Do outro, em vez de tocar Carolina, vinha um chamamento. Eram todas canções evangélicas. Falavam da criação de Deus e do chamamento da ovelha perdida. Fui tentar trocar o LP e, na loja, vi que todos os discos estavam certinhos, menos o meu. Fiquei pensando se Deus estava falando comigo.

O espírito cristão não requer que os discriminados sejam tratados com maior compreensão ainda?

Se eu não amasse as pessoas que estão homossexuais, jamais trabalharia com elas. Até mesmo os ativistas do movimento pró-homossexualismo reconhecem o meu amor por eles. Sempre os tratei muito bem. Sempre os cumprimentei. Na verdade, eles me admiram.

Por que a senhora se disfarça para ser fotografada?

Um dos motivos é que eu não quero entrar no meu prédio e ter o porteiro e os vizinhos achando que eu tenho algum problema ligado à sexualidade. Além disso, quero ser discreta para proteger a privacidade dos meus pacientes. Por fim, há ativistas que têm muita raiva de mim. Eu recebo vários xingamentos; eles me chamam de velha, feia, demente, idiota. Trabalho num clima de medo, clandestinamente, porque sou muito ameaçada. Aliás, estou fazendo esta entrevista e nem sei se você não está a serviço dos ativistas pró-homossexualimo. Eu estou correndo risco.

"O ativismo pró-homossexualismo está diretamente ligado ao nazismo. Todos os movimentos de desconstrução social estudam o nazismo, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico mundial"

Que poder exatamente a senhora atribui a esses ativistas pró-homossexualismo?

O ativismo pró-homossexualismo está diretamente ligado ao nazismo. Escrevi um artigo em que mostro que os dois movimentos têm coisas em comum. Todos os movimentos de desconstrução social estudaram o nazismo profundamente, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico mundial. As políticas públicas pró-homossexualismo querem, por exemplo, criar uma nova raça e eliminar pessoas. Por que hoje um ovo de tartaruga vale mais do que um embrião humano? Por que se fala tanto em leis para assassinar crianças dentro do ventre da mãe? Porque existe uma política de controle de população que tem por objetivo eliminar uma parte significativa da nação brasileira. Quanto mais práticas de liberação sexual, mais doenças sexualmente transmissíveis e mais gente morrendo. Essas políticas públicas todas acabam contribuindo para o extermínio da população. Essas pessoas que estão homossexuais estão ligadas a todo um poder nazista de controle mundial.

Não há certo exagero em comparar a militância homossexual ao nazismo?

Bom, se você acha que isso pode me prejudicar, então tire da entrevista. Mas é a realidade.


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Entrevista com Marisa Lobo

A decisão imposta pelo Conselho Regional de Psicologia do Paraná, que estabelecia um prazo de 15 dias para que a psicóloga cristã, Marisa Lobo, retirasse de seus sites e redes sociais todo o conteúdo que vincule sua profissão a posicionamentos religiosos, teve o prazo expirado e de acordo com a psicóloga o Conselho não comunicou nenhum novo procedimento contra ela.

Marisa Lobo foi intimada porque diversos ativistas do movimento gay e também ateus fizeram denúncias contra a profissional colocando em risco o seu registro.

No dia 9 de fevereiro Marisa Lobo teria sido chamada ao Conselho Regional de Psicologia de Curitiba onde foi informada sobre as diversas denúncias que fizeram contra ela. Os denunciantes seriam ativistas gays, usuários de maconha e ateus que se sentiram incomodados com as declarações da psicóloga nas redes sociais.

As fiscais do CRP leram para Marisa o código de ética dizendo que ao expressar suas crenças religiosas ela estaria violando os termos do conselho.

O portal Gospel Prime entrou em contato através do correspondente especial Michael Caceres, com o Conselho Regional de Psicologia do Paraná, em Curitiba, para saber sobre os procedimentos que seriam tomados, já que a psicóloga não obedeceu ao parecer do Conselho.

Por telefone o Conselho informou que “não poderiam dar muitas informações para não expor a profissional, e que o caso [dela], foi por vontade própria levado à mídia, e o Conselho regional nunca fez qualquer declaração para expor a profissional”, além disso, disseram “não ter nenhuma restrição quanto a religião da profissional” e que “o próprio Conselho Federal havia publicado um artigo falando sobre o tema”.

Marisa Lobo concedeu entrevista ao repórter Michael e disse que aguarda o procedimento do CFP e que irá interpelar judicialmente o Conselho.

Leia a entrevista na integra:

Gospel Prime – O prazo dado pelo Conselho para que a senhora retirasse sua orientação de fé expirou. O CRP deu continuidade ao processo?

Marisa Lobo – Não me deu retorno ainda, mas segundo as fiscais que me orientaram, se eu não retirasse conforme orientação, em 15 dias, entraria em processo ético, depois em censura pública e então em processo de cassação.

Mas uma delas me deu uma orientação no mínimo preconceituosa, e feriu o código de ética porque induziu ao erro e a convicções religiosas, disse: você não precisa ser cassada pode deixar a psicologia e ser pastora. Ainda não entraram em contato ou por estarem com medo, por perceberem o tiro no pé que deram, ou simplesmente por acreditar que eu ainda desista, o que nunca vai acontecer, porque ser cassada por defender minha fé em Cristo pra mim é Obrigação e um prazer, é honra.

GP – Desde que o CFP lhe intimou à senhora tem recebido apoio nas redes sociais, na Câmara dos Deputados e até no Senado. Como a senhora se sente ao receber todo esse apoio?

Marisa – Abençoada por Deus e na certeza que era exatamente esse enfrentamento que Deus quer de mim, porque sei que pareço pequena e sou fraca, mas como diz meu amigo e pastor Marco Feliciano: é na fraqueza que Deus te fortaleceu, creia.

Deus me disse que enviaria anjos e me sustentaria, só acreditei. Primeiro enviou o deputado Marco Feliciano, pastor conceituado em todo Brasil, depois o senador Magno Malta – o mais querido senador, em minha opinião. O delegado e meu deputado e amigo no Paraná Francischini, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, João Campos, e o vice da frente, deputado Lucena, o deputado e advogado Eduardo Cunha e muitos outros parlamentares, partidos, Fenasp, padres e pastores de todo Brasil, cristãos nas redes sociais. Me sinto, não perseguida, mas protegida por Deus por estar a seu serviço.

 
GP – Nas reuniões que teve com os parlamentares evangélicos em Brasília o que ficou acertado?

Marisa – Cada deputado vai fazer sua parte e juntos mobilizar ações que favoreçam a todos como, audiência pública para discutir a perseguição religiosa que está se instalando no Brasil através das profissões exatamente pela via dos regulamentos e códigos de ética. A divulgação em massa para que nosso povo católico, evangélico e espírita, enfim os que acreditam em Jesus Cristo como Salvador, saibam desta perseguição travestida de direitos humanos, tolhendo na verdade nosso direito de professar nossa fé em público.

O que fere o artigo 5º da Constituição e exatamente o artigo 18 da Declaração Universal de Direitos Humanos que veio para garantir a liberdade religiosa e a possibilidade de mudança. Que ironia um direito que o conselho defende tanto e exatamente por negá-lo que o conselho me persegue. Ou seja, pensam que somos “idiotas úteis”, povo de pouca cultura e inteligência, sabemos exatamente o que a declaração nas entrelinhas queria, e Deus transformou maldição em benção e ela vai ter que me defender. Pois direitos humanos são multilateral, não unilateral como estão tentando nos fazer acreditar.

Não podemos admitir que a Comissão de Direitos Humanos seja usada como bandeira ideológica das minorias contra as maiorias, de forma unilateral , pois direitos humanos é para todos é multilateral, eu quero meu direito. E se o Código de Ética está acima dessa máxima algo está errado. Quero saber se minha constituição tem valor.

GP - Qual a posição do Senador Magno Malta em relação a possível tentativa de cassação que o CFP pretende?

Marisa – Indignação, quem conhece o senador sabe que ele não aceita injustiças independente de onde elas venham, luta por direitos humanos de direitos da família e não fica apenas na fala, parte para ação sem medo. Além da reunião que participei na Frente Parlamentar da Família, que tem mais de 400 deputados de todas as religiões, apresentou em tribuna um requerimento convocando o presidente do CFP para dar esclarecimentos juntamente comigo, na Comissão de Direitos Humanos. Que foi aprovada por unanimidade, ninguém aceita um pais que não crê em Deus essa é a verdade. Nosso Pais é laico, mas não ateu. Além de estar em parceria com a frente parlamentar evangélica em outras ações.

GP – Como e quando começou esta perseguição?

Marisa – Com questionamentos que fiz sobre o conteúdo do “kit gay”. Enviei uma carta ao deputado, Pastor Marco Feliciano e sabendo que outros profissionais questionavam usou a tribuna como protesto, falou meu nome e toda a comunidade gay, ateus, defensores de legalização de drogas, aborto começaram a me ofender e me perseguir em todas as minhas redes sociais e me chamar de homofóbica.

Começamos então perceber em discussões que não era sente o conteúdo do Kit gay, inadequado mas posição do conselho claramente militando de forma unilateral em causa de orientação sexual, política, contra o cristianismo sem se preocupar com o código de ética, induzindo até convicções de que internamento é segregação, que liberar dragas é a solução e começamos nos preocupar com essas posturas que contraiam a defesa da família, e do próprio direitos humanos.

A Meu pedido o deputado Marco Feliciano usou a tribuna para questionar a postura do presidente do CFP, por declarações chamando comunidades terapêuticas de segregadoras, mostrando claramente falta de conhecimento e preconceito religioso.

Em virtudes de tantos ataques fui orientada por amigos e pelo pastor Feliciano a responder com mensagens cristãs nas minhas redes sociais falando do amor de Jesus. Porém, tudo, absolutamente tudo que falava virava motivo para perseguição e tentavam os ativistas me caracterizar como Homofóbica.

Quando na verdade eles sim praticavam heterofobia, ativistas colocaram meu registro na internet pedindo em massa para que me denunciasse por preconceito e indução religiosa. O CRP Paraná acatou inclusive um dos pedidos veio do próprio CFP, segundo as fiscais do conselho e sem deixar que me defendesse me deram deu 15 dias de prazo para tirar das redes sociais tudo que me vincule a Deus, eu Marisa Lobo, posso ser cristã, a psicóloga não, e não aceitei. Porque retirar das minhas redes sociais que sou uma psicóloga Cristã e não poder falar de Deus é negar Jesus e jamais farei.

GP - Qual a sua posição em relação ao projeto da Bancada Evangélica que propõe tratamento a gays?

Marisa – Apoio totalmente, não como religiosa, mas como psicóloga. E creio ser este o momento de ouro, pois nos dá a oportunidade de discutir o assunto a nível nacional, praticando a verdadeira democracia e desfazer a idéia implantada falsamente na sociedade que a resolução 01/99 proíbe o profissional de oferecer tratamento. O eu a resolução diz é: quando não solicitado, entretanto se a pessoa desejar por livre espontânea vontade deve sim o profissional atender respeitando a vontade do paciente. Foram acrescentadas falas de preconceito neste projeto a ponto de implantarem uma memória subjetiva no silêncio na calada da noite, foram adicionando conceitos opiniões e nós que nos omitimos fomos aceitando, a ponto de se tornar uma falsa verdade.

Não podemos aceitar, como profissionais sérios de psicologia mais esta barbaria, se são tão éticos os que me criticam,agora é hora da verdade.Usem sua ética e parem de se alienar por este conselho por medo, pois este medo é infundado não procede está sendo sugestionado por um engano que pode ser explicado pela “sociologia e linguística da mentira” a justificativa para manipular esta resolução na mídia é legítima? Eu creio que são informações desencontradas, manipuladas .Me pergunto quem está alienando por quem?

GP - A senhora é a idealizadora deste projeto?

Marisa – Não, o idealizador é o presidente da frente parlamentar evangélica deputados João Campos. Foi um projeto elaborado a partir de apelos de vários profissionais de psicologia insatisfeito com essa falta de ética da própria autarquia (CFP) que nas entrelinhas por estar militando ativamente de forma contraria a ética que nos ensina o próprio conselho tem criado um desconforto na profissão o relator e o deputado Roberto de Lucena Eu participarei, com outros profissionais de saúde mental da audiência pública que já foi aprovada pela comissão de seguridade social e família da câmara e que está para ser marcada nos próximos dias.

Gospel Prime – Em sua opinião a mídia secular pode atrapalhar o andamento deste projeto?

Marisa Lobo – Algumas mídias, sim serão tendenciosas, vão querer vender, outras manipular os fatos, para sugestionar posições, ou seja, perverter a realidade a seu gosto pessoa. Mas prefiro acreditar na imprensa séria que é a maioria. Prefiro acreditar que existam pessoas sérias que querem travar um debate verdadeiramente democrático, independente de crenças vamos confiar na democracia que tanto pregam, e na liberdade religiosa que tanto lutaram, eu não estou pedindo para induzir ao meu paciente uma fé e ou religião, estou apenas exigindo meu direito de cidadã de professar minha fé, nem lugares públicos, na mídia em minha redes sociais , e respeito ao minha escolha meu desejo . Ou será que essa Luta é apenas para os movimentos contrários a minha orientação sexual (hetero) e a minha fé Cristã?

GP – Qual a posição de sua família quanto a estes debates?

Marisa - Não exponho meus filhos, por receio de ofenderem são jovens, que trabalham fazem pós-graduação, sabe do acontecido, estão com receio, mas não com medo, pois sabem quem eu sirvo. Meu marido está me apoiando então é tudo que precisava.

GP- Se o CFP conseguisse, de alguma forma, cassar o seu registro profissional, o que a senhora faria?

Marisa – Daria Glória a Deus pois em tudo daí graças, além de recorrer a o ONU comissão internacional de direito humanos, porque não sou burra , sei bem que meus direitos podem ir além .Desistir eu, jamais, morro mas morro lutando (RS)

O que todos nós precisamos entender é que acabou a hipocrisia, estamos no tempo do cumprimento das promessas de Deus e de acreditar de fato em sua palavra , e nela está escrito sobre as perseguições que teríamos que enfrentar por causa do nome Dele.

Então é apenas comprimento e me sinto privilegiada por sofrer essa perseguição.

Se somos cristãos temos que acreditar no que pregamos ou estamos inventando uma fé, se Deus disse que ele é Deus, se eu acreditei e entreguei minha vida a Ele, e disse lá no culto “eis me aqui” não foi por bonito, para puxar o saco do pastor e ou irmãos, foi porque eu acreditei que Deus me chamou para realizar uma tarefa e farei. Se o preço pago for minha profissão de 16 anos, mais 9 anos de estudo, ainda assim será barato. Por preço alto pagou Jesus pela minha vida. Nunca pagarei essa dívida, mas pretendo amenizar. E cair nas graças não do mundo mas do meu Deus. Isso não é fanatismo é amor. Agradecimento e ninguém vai me tirar o orgulho de dizer sou uma profissional, cristã sirvo a Deus e não me envergonho do seu nome essa é minha identidade minha orientação de fé de vida.

Marisa Lobo psicóloga e Cristã com Orgulho.

Colaboração por e-mail: Alexsander de Carvalho

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