DISCUSSÃO EM FOCO
A guerra entre os psicólogos evangélicos e o Conselho Federal de Psicologia
(Hélio Schwartsman)
O clima é de guerra. De um lado, estão os gays
e os Conselhos de Psicologia, em suas vertentes federal e regionais, de outro,
os cristãos, mais especificamente o povo evangélico. O tema do embate é (aqui
não há como evitar as aspas) "a cura da homossexualidade".
O certame teve início nos anos 90, quando militantes do movimento gay, em particular a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), começaram a denunciar aos conselhos os autointitulados psicólogos cristãos, que prometiam curar homossexuais.
A ABGLT pedia punições a esses profissionais
com base no Código de Ética do Psicólogo, que, em seu artigo 2º, b, proíbe:
"induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas,
de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de
suas funções profissionais".
Em 1999, depois de alguns casos rumorosos na mídia, o Conselho Federal (CFP) baixou a resolução nº 001/99, que não deixa nenhuma margem a dúvida:
"Art. 2° - Os psicólogos deverão contribuir,
com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento
de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos
ou práticas homoeróticas.
Art. 3° - Os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados.
Parágrafo único - Os psicólogos não
colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das
homossexualidades.
Art. 4° - Os psicólogos não se pronunciarão,
nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa,
de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos
homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica".
Evidentemente, a briga continua, mas agora no plano da opinião pública e do Legislativo. Além de nos bombardear com e-mails sobre a "perseguição" a psicólogos cristãos, os evangélicos tentam no Congresso aprovar um projeto de decreto legislativo (PDC 234/11) para sustar artigos da resolução do CFP.
Vale observar que o proponente da matéria, o
deputado João Campos (PSDB-GO), também tem projetos de decreto para derrubar a
decisão do Supremo Tribunal Federal que legalizou as uniões estáveis
homossexuais e a que autorizou as marchas da maconha.
A iniciativa do parlamentar social-democrata
(sim, há ironia no adjetivo) é uma tremenda de uma bobagem. Da mesma forma que
um médico não pode hoje sair por aí dizendo que cura a doença de Huntington e um
físico está impedido de afirmar que faz o tempo correr para trás, um psicólogo
não pode proclamar que possui terapias efetivas contra o que seu ramo de saber
nem ao menos considera uma doença. Não se pode bater de frente e em público
contra os consensos da disciplina.
Não existe algo como psicologia cristã,
hidrostática católica ou cristalografia judaica. Idealmente, juízos científicos
se sustentam na racionalidade amparada por evidências (mas a questão é mais
complicada, como veremos ao final do artigo).
É claro que a ciência, ao contrário das
religiões, não trabalha com dogmas. Um pesquisador que pretenda provar que a
homossexualidade é uma doença pode tentar fazê-la em fóruns apropriados, como
congressos e trabalhos científicos, e sempre apresentando argumentações
técnicas, cuja validade e relevância serão julgadas procedentes ou não por seus
pares. Se ele os convencer, muda-se o paradigma. Caso contrário, ou ele abandona
o assunto ou deixa de falar na condição de psicólogo.
Como cidadão, acredito eu, todos sempre poderão
dizer o que bem entendem --além de fazer tudo o que não seja ilegal. Padres e
pastores vivem afirmando que a homossexualidade é pecado sem que o céu lhes caia
sobre a cabeça. É claro que a ABGLT protesta e de vez em quando um membro do
Ministério Público pode tentar alguma estrepolia, mas isso é do jogo. Apesar de
alguns atritos, a liberdade de expressão vem sendo relativamente respeitada no
Brasil nos últimos anos, como o prova a decisão do STF sobre a marcha da maconha
que o representante do PSDB quer derrubar.
Vou um pouco mais longe e, já adentrando em terrenos hermenêuticos menos sólidos, arrisco afirmar que nem o Código de Ética nem a resolução do CFP impedem um psicólogo de, em determinadas condições, ajudar um homossexual que busca abandonar suas práticas eróticas.
Imaginemos um gay que, por algum motivo, esteja profundamente infeliz com a sua orientação sexual e deseje tornar-se heterossexual. O dever do profissional que o atende é tentar convencê-lo de que não há nada de essencialmente errado no fato de ser gay. Suponhamos, porém, que o paciente não se convença e continue sentindo-se desajustado. Evidentemente, ele tem o direito de tentar ser feliz buscando "curar-se". E seu psicólogo não está obrigado a abandonar o caso porque o paciente não aceita a ciência. Ao contrário, tem o dever ético de fazer o que estiver a seu alcance para diminuir o sofrimento do sujeito.
O que a resolução corretamente veta é que o psicólogo coloque na cabeça de seus pacientes a ideia de que ser gay é uma falha moral que pode e deve ser revertida. Impede também que ele faça propaganda em que promete terapias efetivas.
Dito isto, não acho uma boa estratégia a do
movimento gay de vincular a defesa dos direitos de homossexuais a uma teoria
científica. Este me parece, na verdade, um erro grave.
Para começar, a ciência está calcada em
hipóteses que podem por definição ser refutadas a qualquer momento. Vamos supor
que o fundamento lógico para eu recusar a discriminação contra gays resida na
"evidência científica" de que a homossexualidade tem componentes genéticos e
ambientais, não sendo, portanto, uma escolha que possa ser modificada.
Imagine-se agora que alguém demonstre de forma insofismável que tais evidências
estavam erradas. O que ocorre neste caso? A discriminação fica legitimada?
Não é preciso puxar muito pela memória para
lembrar que movimentos por direitos civis e "ciência" (sim, fora dos manuais de
epistemologia, ela é uma atividade humana como qualquer outra que caminha ao
sabor de circunstâncias políticas e constructos sociais) já estiveram em lados
diferentes das trincheiras. Até 1990, a Organização Mundial da Saúde listava a
homossexualidade como uma doença mental. Os psiquiatras americanos faziam o
mesmo até 1977. Não sei se recomendava ou não o exorcismo, mas certamente
autorizava profissionais da saúde mental a tentar a "cura".
O argumento contra a discriminação de minorias
precisa ser moral. É errado discriminar gays, negros e membros de qualquer seita
religiosa porque não gostaríamos de sofrer tal tratamento se estivéssemos em seu
lugar.
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Projeto de bancada evangélica propõe
legalizar 'cura gay': Deputados querem modificar resolução do Conselho de
Psicologia que proíbe tratar homossexualidade
(Anna Virginia Balloussier)
O paciente deita no divã e pede: não quer mais ser gay. O psicólogo deve ajudá-lo a reverter a orientação sexual?
Parlamentares evangélicos dizem que sim e tentam reverter uma resolução do Conselho Federal de Psicologia.
Um projeto de decreto legislativo quer sustar
dois artigos instituídos em 1999 pelo órgão. Eles proíbem emitir opiniões
públicas ou tratar a homossexualidade como um transtorno.
Segundo o projeto do deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica, o conselho "extrapolou seu poder regulamentar" ao "restringir o trabalho dos profissionais e o direito da pessoa de receber orientação profissional".
O conselho de psicologia questiona se o projeto
pode interferir na sua autonomia. Para o presidente do órgão, Humberto Verona,
estão lá normas éticas para combater "uma intolerância histórica".
Deve-se curar a "síndrome de patinho feio", e
não "a homossexualidade em si", diz Toni Reis, presidente da Associação
Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Para ele, é o
preconceito que leva um gay a procurar tratamento.
"[Ninguém diz] 'cansei de ser hétero, vim aqui
me transformar'", completa Verona.
Freud explica?
O estudante de direito e homossexual Fábio Henrique Andrade, 18, foi mandado para o psicólogo pela primeira vez com dez anos. O filho deveria "tomar jeito" antes que virasse gay, na opinião de sua família adotiva.
A voz fina tirava o pai do sério. "Falava que
era de veado." E também o fato de ele só brincar com as meninas.
Para o pastor e deputado Roberto de Lucena (PV-SP), cruel é deixar "um homem em conflito" ao léu psicológico. Ele é relator do projeto de Campos, hoje sob análise da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara.
A princípio, Lucena crê que os pais têm o
direito de mandar seus filhos para redirecionamento sexual. Mas reconhece que o
tema deve ser discutido em audiência pública, prevista para as próximas semanas
em Brasília.
Psicóloga cristã se diz vítima de
'perseguição'
Marisa Lobo, 39, que se diz "psicóloga cristã",
luta contra o Conselho Regional de Psicologia do Paraná. Ela foi convocada a
retirar da rede material vinculando psicologia e religião -o que fere o código
de ética da categoria.
Um texto em seu blog sugere que para "alcançar a comunidade gay", deve-se seguir o exemplo de Jesus, que "não concordava com certos comportamentos, porém tratava com tolerância e amor".
Adepta da igreja batista, Lobo diz sofrer
"perseguição religiosa". Ela nega oferecer "cura" a pacientes gays e rejeita
acusações de homofobia. Diz ter a mesma opinião da cantora Claudia Leitte: "Amo
[gays], mas prefiro meu filho machinho".
Para Verona, do Conselho Federal de Psicologia,
"não existe psicólogo cristão: a psicologia é laica, a pessoa é cristã".
(Fonte: http://sergyovitro.blogspot.
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Marisa Lobo comenta a aprovação da audiência
pública sobre a "cura gay"
Após a aprovação do requerimento de audiência
pública para discussão do Código de Ética do Conselho Federal de Psicologia,
encaminhado à presidência da Comissão de Seguridade Social e Família pelo
relator deputado Federal Roberto de Lucena, a psicóloga Marisa Lobo publicou em
seu blog um artigo sobre a discussão.
Marisa Lobo afirmou que a audiência pública
para o debate de ideias “veio em um momento em que o CFP tem sido muito
questionado por posturas antiéticas, até mesmo por estar cometendo crime de
prevaricação, perseguição religiosa, preconceito travestido de defesa dos
direitos humanos, e de falta de ética profissional”.
A psicóloga afirmou ainda que estará presente
no debate, e que sua função será “discutir direitos constitucionais e a
verdadeira intenção pela qual foi criada a resolução 01/999, que estabelece
normas para atuação do psicólogo”, pois, segundo ela, da forma como está, a
resolução “deixa dúvidas, com informações dúbias, capciosas, que somente impõem
medo aos profissionais procurados, espontaneamente, por pessoas que queiram
mudar sua orientação, condição e ou opção”.
O polêmico artigo 3 do Código de Ética do CFP
determina que os psicólogos são proibidos de “realizar qualquer ação que
favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas e proíbe os
psicólogos de adotarem ações coercitivas tendentes a orientar homossexuais para
tratamentos não solicitados”. No ponto de vista de Marisa Lobo, “a expressão –
‘não solicitados’ – não é, e não foi, explicada claramente para a
sociedade”.
Atualmente, psicólogos podem sofrer punições
caso recebam em seus consultórios pacientes buscando ajuda profissional para
discutir sua sexualidade e não se recusem a atendê-los. Contra isso, o deputado
João Campos propôs alteração no Código de Ética, para que os psicólogos possam
atender pessoas que busquem ajuda para abandonar o homossexualismo.
Marisa Lobo afirmou que o “debate será
construtivo, educativo, elucidativo e verdadeiro, vindo justamente para
esclarecer o que podemos, e o que não podemos fazer quanto a sexualidade em
nossa profissão”.
Confira abaixo a íntegra do artigo de Marisa Lobo:
Aprovada, por unanimidade, audiência Pública do projeto do deputado João Campos , relator deputado Lucena, que tem como intuito a discussão do papel do psicólogo no tratamento da sexualidade.
Esta discussão, extremamente importante, veio
em um momento em que o CFP tem sido muito questionado por posturas antiéticas,
até mesmo por estar cometendo crime de prevaricação, perseguição religiosa,
preconceito travestido de defesa dos direitos humanos, e de falta de ética
profissional.
Estarei nesta audiência juntamente com outros
profissionais, e com o presidente do CFP. Minha função é discutir direitos
constitucionais e a verdadeira intenção pela qual foi criada a resolução 01/999,
que estabelece normas para atuação do psicólogo.
Uma resolução que deixa dúvidas, com
informações dúbias, capciosas, que somente impõe medo aos profissionais
procurados, espontaneamente, por pessoas que queiram mudar sua orientação,
condição e ou opção. (termos usados pela própria resolução, e que são omitidos
por militantes).
Precisamos, de maneira responsável, sem paixões
idealistas, analisar esta resolução sim, e dar o devido direito à pessoa que
sofre, seja ela homossexual ou heterossexual. Se os direitos são iguais e, se é
normal, natural, então discordo quando dizem que nunca um heterossexual vai
pedir para reverter sua sexualidade, pode sim. Seguindo este principio de
normalidade, porque não? Se eu, profissional, achar que não, estarei agindo com
preconceito e contradizendo a própria resolução, e a declaração de direitos
humanos.
O artigo principal a ser questionado é esse abaixo
“Artigo 3: Neste sentido proíbe os
psicólogos a realizar qualquer ação que favoreça a patologização de
comportamentos ou práticas homoeróticas e proíbe os psicólogos de adotarem ações
coercitivas tendentes a orientar homossexuais para tratamentos não
solicitados”.
A expressão – “não solicitados” – não é, e não
foi, explicada claramente para a sociedade. Agora esta sociedade e os
profissionais saberão, de fato, que um ser humano que não estiver feliz com sua
orientação, condição e ou opção tem direito de buscar ajuda, seja para reverter
sua orientação, condição e ou opção de homo para hetero ou vice e versa. O que
não pode ocorrer é o psicólogo prometer cura, pois não é doença, verdade
absoluta, não é doença. Se fosse doença o psicólogo, ainda assim, não teria o
direito de tratar, pois não é médico, muito menos psiquiatra.
Ao contrário do que tenta fazer crer o CFP, a
homossexualidade não desapareceu por inteiro do Catálogo Internacional de
Doenças adotado pela Organização Mundial de Saúde. O travestismo e o
transexualismo, por exemplo, continuam a fazer parte da CID, sendo considerados
“transtornos da personalidade e do comportamento do adulto”.
O debate será construtivo, educativo,
elucidativo e verdadeiro, vindo justamente para esclarecer o que podemos, e o
que não podemos fazer quanto a sexualidade em nossa profissão.
Esclareço que todo ser humano tem livre
arbítrio, e tudo tem que ser feito dentro dos limites de seu desejo e vontade e,
é exatamente esse direito, que iremos discutir, pois tem sido negado em
parte.
Quem estiver feliz com sua orientação, condição
e opção, não tem porque ficar contra essa audiência, será incompreensível este
comportamento de se opor, pois estamos agindo de maneira absolutamente laica, e
colocando em ação o artigo 18 da Declaração de Direitos Humanos, no intento de
preservar os direitos de ambos os lados.
Todo cidadão tem direitos, sendo iguais perante
a lei, e por que os que se declaram ex-gays, por exemplo, tem que se esconder? A
perseguição é tanta pelo movimento militante da ditadura gay, que não dão esse
direito a essas pessoas, ou seja, quem defende os ex-homossexuais? Se não pode
haver reversão de orientação, então porque tem tantos ex-gays casados? Eu não
falarei sobre esse tema na audiência, prefiro perguntar para o presidente do
CFP, que pode ir se preparando para responder esta questão.
Vou me valer das palavras do ex-presidente do
CFP – Furtado – que, explicando a resolução reforça – “Os psicólogos não podem,
por regra ética, recusar atendimento a quem lhes procure em busca de ajuda.” Por
isso é equivocada qualquer afirmação de que os psicólogos estão proibidos de
atenderem homossexuais que busquem seus serviços, incluindo a demanda de
atendimentos que possam ter como objeto o desejo, espontâneo e expresso, do
cliente, de mudança de orientação sexual, seja ela hetero ou homossexual. No
entanto os psicólogos não podem prometer cura, pois não podem considerar que seu
cliente esteja doente, ou apresentando distúrbio ou perversão. No sentido da
“moral” concordo, mas da perversão da libido original Freud explica.
Para quem sabe ler, sem preconceitos
ideológicos, ao preservar integralmente esse dispositivo da resolução, João
Campos deixa claro que não está propondo nenhuma “cura gay”, ou seja, ele
concorda que os psicólogos não devem “patologizar” (transformar em doença) os
“comportamentos homoeróticos”, muito menos devem obrigar ou induzir um
homossexual a se submeter a qualquer tratamento contra sua própria vontade.
Agora, o que nenhuma pessoa de bom senso pode aceitar, é que um conselho
profissional baixe normas que afetem não apenas seus filiados no exercício da
profissão, mas também a população de um modo geral, incluindo os próprios
psicólogos que, antes de serem profissionais, são pessoas e precisam ter sua
individualidade respeitada pelo conselho. Diz Julio severo
Abaixo segue requerimento aprovado por
unanimidade:
Comissão de Seguridade Social e Família
R E Q U E R I M E N T O _______ 2012
(do Sr. Roberto de Lucena)
Requer realização de Audiência Pública para discussão do Projeto de Decreto Legislativo 234/2011 que visa sustar a aplicação do Parágrafo Único do Artigo 3º e Artigo 4º da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1 de 23 de março de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação a questão da orientação sexual
Senhor Presidente,
Requeiro com base nos artigos 117 e 255 do
Regimento Interno da Câmara dos Deputados, a realização de Audiência Pública
para discutir o Projeto de Decreto Legislativo 234/2011 que susta a aplicação do
Parágrafo Único do Artigo 3º e Artigo 4º da Resolução do Conselho Federal de
Psicologia nº 1 de 23 de março de 1999, que estabelece normas de atuação para os
psicólogos em relação a questão da orientação sexual.
JUSTIFICATIVA
Em 19 de outubro de 2011 esta Comissão de
Seguridade Social e Família aprovou, por unanimidade, a realização de uma
Audiência Pública para discutir o Projeto de Decreto Legislativo 234/2011, da
qual sou o relator, que visa sustar a aplicação do Parágrafo Único do Artigo 3º
e Artigo 4º da Resolução do Conselho Federal de Psicologia nº 1 de 23 de março
de 1999, que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação a
questão da orientação sexual (Requerimento nº 128/2011 –CSSF).
Em virtude das inúmeras atividades realizadas
por esta Comissão não houve tempo hábil para a realização do importante debate
no ano de 2011, razão pela qual apresento o presente Requerimento, reiterando o
pedido de Audiência Pública para debater o mencionado PDC 234/2011 considerando
que:
O PDC 234/2011 de autoria do ilustre Deputado João Campos foi distribuído para esta Comissão de Seguridade Social e Família. Na data 18 /08/2011 me foi designada relatoria, já estando o parecer e voto em fase de elaboração.
A matéria que versa o Projeto Decreto Legislativo é ao mesmo tempo polêmica e complexa, sendo ponto de divergência entre psicólogos. Alguns profissionais da área da psicologia defendem a Norma criada no ano de 1999 e outros já buscam a alteração pois interpretam que ela impõe duras regras para os terapeutas que desejam atuar ajudando pessoas com conflitos e dúvidas em virtude da orientação sexual assumida.
Entendo que a matéria não pode ser vista apenas
sob a égide de uma única classe profissional pois ela alcança a sociedade de uma
forma geral. O tema requer um estudo e uma análise aprofundada levando em
consideração os aspectos científicos e também sociais que o envolvem.
No mesmo sentido entendo que a matéria também
deve ser submetida aos maiores interessados, ou seja, às pessoas que desejam
buscar na psicologia ajuda em virtude de dúvidas quanto a orientação sexual
assumida.
Psicólogos que passaram a atender pessoas que
desejam voluntariamente abandonar sua orientação sexual já foram punidos. Há
caso inclusive de condenação, em todas as instâncias no âmbito do Conselho
Federal de Psicologia, a exemplo da psicóloga Rozangela Justino do Estado do Rio
de Janeiro.
Por outro lado, um grupo cada vez maior de
pais, educadores e até mesmo de pessoas que desejam ajuda, para si ou para
amigos e parentes, em virtude dos conflitos e dúvidas quanto a orientação
sexual, manifestam-se preocupados com o possível impedimento imposto pela
Resolução 01/1999, manifestações, em grande número, que tenho recebido em meu
gabinete parlamentar desde que fui nomeado relator do PDC 234/2011.
Neste sentido, em virtude da discussão ainda
ser nova nesta Câmara dos Deputados e em razão do total desconhecimento dos
parlamentares sobre todas as implicações que envolvem o tema, entendo necessário
a realização de Audiência Pública para discussão da matéria com o objetivo de
nortear a emissão do parecer deste relator, bem como para dar subsídios aos
parlamentares membros da Comissão de Seguridade Social e Família durante o
processo de votação.
Assim requeiro, após ouvido o Plenário, a
realização de Audiência Pública convidando como expositores: Dr. Humberto
Verona, Presidente do Conselho Federal de Psicologia; Dra. Marisa Lobo,
escritora e psicóloga curso de extensão em psicologia da sexualidade pós em
saúde mental : Professor Claudemiro Soares, autor do livro “A Homossexualidade
Masculina”; o Dr. Luciano Garrido e um representante do Ministério Público do
Trabalho.
Sala das Comissões, de de 2012.
Deputado Roberto de Lucena
PV/SP
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A psicóloga Marisa Lobo é evangélica,
membro de uma igreja batista em Curitiba. Nos últimos meses, tem enfrentado
oposição ferrenha de muitos de seus colegas por defender que é possível “tratar
um homossexual” que deseja abandonar tal prática. Embora não goste de usar o
termo “cura”, Marisa acredita que todo homossexual tem direito a
tratamento.
Marisa Lobo participará da audiência pública
que discutirá o projeto de decreto legislativo, encaminhado pelo deputado João
Campos (PSDB-GO), que pode suspender dois artigos (instituídos em 1999) que
proíbem um psciólogo de emitir opiniões públicas ou tratar a homossexualidade
como doença.
Em meio a esse debate, foi publicado na Folha
de São Paulo o artigo que seria uma resposta aos políticos evangélicos.
Intitulado “Não cabe cura para quem não está doente”, é assinado por Humberto
Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia e por Carla Biancha
Angelucci, presidente do Conselho Federal de Psicologia de São Paulo.
Seu objetivo é contestar as críticas aos
Conselhos de Psicologia. O motivo é simples: para essas entidades, orientação
sexual não constitui “doença, distúrbio ou perversão”.
Seus autores alegam que desejam apenas defender
a “laicidade” da psicologia. Uma vez que o assunto chegou à esfera do
Legislativo, o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), coordenador da Frente Parlamentar
Mista pela Cidadania LGBT, afirmou que o projeto da bancada evangélica que
possibiltaria a “cura gay” é uma “aberração”.
O parlamentar alega que “Querem legalizar um
tratamento que enseja tortura psicológica e física. O principal grupo dos
Estados Unidos que defendeu a psicoterapia como forma de curar a
homossexualidade já veio a público pedir desculpas pelos suicídios que muitos
adolescentes cometeram, induzidos por esse suposto tratamento”.
Leia o texto do CFP na íntegra:
(Assinam: Carla Biancha Angelucci, Presidente do Conselho de Psicologia de São Paulo, e Humberto Verona, presidente do Conselho Federal de Psicologia)
Cumprindo as suas atribuições, o CFP, por meio
da resolução 01/99, regulamenta a atuação dos psicólogos com relação à questão
da orientação sexual.
Considerando que as homossexualidades não constituem doença, distúrbio ou perversão (compreensão similar à da Organização Mundial da Saúde, da Associação Americana de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina), a resolução proíbe que o psicólogo proponha seu tratamento e cura.
Entretanto, em nenhum momento fica proibido o atendimento psicológico à homossexuais, como afirmado pelo deputado João Campos (PSDB-GO), líder da Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional, que propõe um projeto que pretende sustar dois artigos da citada resolução.
Isso fere a autonomia do CFP como órgão que
fiscaliza e orienta o exercício da psicologia e contraria as conquistas no campo
dos direitos sexuais e reprodutivos, consolidados nacional e
internacionalmente.
A iniciativa do CFP foi pioneira e, na época, o Brasil passou a ser o único país no mundo com uma resolução desta natureza. Por isso, o conselho recebeu dois prêmios de direitos humanos.
Vale ressaltar que, a partir da resolução
brasileira, a Associação Americana de Psicologia formou um grupo específico para
elaborar documentos de referência para norte-americanos e canadenses,
reafirmando posteriormente a inexistência de evidências a respeito da
possibilidade de se alterar orientações sexuais por meio de psicoterapia.
A discussão sobre a patologização da
homossexualidade é comumente atravessada por questões religiosas, já que certas
práticas sexuais são vistas também como imorais e contrárias a determinadas
crenças.
Entretanto, há que se reafirmar a laicidade da
psicologia, bem como de nosso Estado. Isso significa que crenças religiosas –
que dizem respeito à esfera privada das pessoas – não podem interferir no
exercício profissional dos psicólogos, nem na política brasileira.
Nesse sentido, ao associar o atendimento à
pretensa cura de algo que não é doença, entende-se que o psicólogo contribui
para o fomento de preconceitos e para a exclusão de uma parcela significativa de
nossa população.
Considerando que a experiência homossexual pode
causar algum sofrimento psíquico, o psicólogo deve reconhecer que ele é
decorrente, sobretudo, do preconceito e da discriminação com aqueles cujas
práticas sexuais diferem da norma estabelecida socioculturalmente.
O atendimento psicológico, portanto, deve, em
vez de propor a “cura”, explorar possibilidades que permitam ao usuário acessar
a realidade da sua orientação sexual, a fim de refletir sobre os efeitos de sua
condição e de suas escolhas, para que possa viver sua sexualidade de maneira
satisfatória e digna.
(Fonte: http://noticias.gospelprime. com.br/psicologia-x-fe-acirra- o-debate-sobre-o-tratamento- para-gays/)
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Parlamentares da bancada evangélica tentam
reverter uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que instituiu
dois artigos proibindo psicólogos de emitirem opiniões públicas ou tratar a
homossexualidade como sendo um transtorno.
De acordo com o líder da Frente Parlamentar
Evangélica, deputado João Campos (PSDB-GO), o conselho “extrapolou seu poder
regulamentar” por querer “restringir o trabalho dos profissionais e o direito da
pessoa de receber orientação profissional”.
Por outro lado, o Conselho de Psicologia
levanta a bandeira da autonomia da instituição, alegando que o projeto poderia
interferir nessa questão.
Segundo a Folha de São Paulo, o presidente do
órgão, Humberto Verona, entende que nas diretrizes emitidas no projeto estariam
normas éticas necessárias para combater o que chamou de ‘intolerância
histórica’. ”[Ninguém diz] ‘cansei de ser hétero, vim aqui me transformar’”,
alega Verona.
Para o Dep. João Campos o CFP está
extrapolando o seu poder regulamentar
Já para o presidente da Associação Brasileira
de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Toni Reis, o que deve
ser curada é a ‘síndrome de patinho feio’, e não ‘a homossexualidade em si’. Em
seu entender, somente o preconceito é que leva um gay a buscar tratamento.
O relator do projeto, deputado e pastor Roberto
de Lucena (PV-SP), diz que é cruel deixar um indivíduo em conflito ao léu
psicológico.
Hoje, o projeto se encontra em análise na
Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. A próxima etapa será a
discussão em audiência pública que pode acontecer nas próximas semanas em
Brasília.
Perseguição religiosa
Este não é o primeiro conflito envolvendo
conselho federal, religião e psicologia. Há cerca de um mês, o Conselho Federal
de Psicologia acatou uma denúncia contra a psicóloga cristã Marisa Lobo por ela
divulgar nas redes sociais que professa a fé cristã até em palestras em que
participa.
Segundo a própria psicóloga, que divulgou o
fato em seu Twitter, o Conselho Federal de Psicologia ameaçou cassar seu
registro de profissional caso não negue sua fé em Cristo. A condição para evitar
a cassação seria retirar de seus perfis nas mídias sociais toda e qualquer
menção à sua fé.
Marisa classificou a atitude como perseguição
religiosa. Muitos usuários das redes sociais emitiram apoio à profissional, com
incentivos à sua atuação, e manifestações de indignação pelo ocorrido. Algumas
manifestações questionaram se o direito à liberdade de expressão, crença e
culto, previstos na Constituição Federal, não se aplicam ao estatuto do Conselho
Federal de Psicologia.
Marisa ainda aguarda o resultado do processo
que está em andamento, sem previsão de conclusão.
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(Dilma e Marisa Lobo)
O pastor e deputado federal Marco
Feliciano usou a tribuna da Câmara dos Deputados para demonstrar sua
preocupação com as medidas tomadas pelo Conselho Regional de Psicologia contra a
psicóloga Marisa Lobo.
Em seu discurso, o deputado afirmou admirar a
profissão de Marisa e afirmou ter visto, em seu ministério, casos em que a
ciência e a fé trabalharam juntas, completando uma à outra.
Feliciano afirmou que as medidas tomadas pelo
Conselho se assemelharam a perseguição: “Observamos as atitudes desse Egrégio
Conselho que nos remeteu aos métodos da Inquisição, pois não se trata de fatos
ocorridos durante atendimento em consultório, mas sim divulgação feita através
dos diversos segmentos”, lembrando que as acusações de desvio de conduta da Drª
Marisa Lobo referem-se ao conteúdo divulgado pela psicóloga em seus perfis em
redes sociais.
Marco Feliciano também afirmou que aguarda
revisão do caso por parte do Conselho Federal de Psicologia e que o fato de
Marisa Lobo identificar-se como cristã apenas realça a importância que ela dá a
sua profissão: “O fato de a Drª Marisa usar no seu título “psicóloga cristã” só
faz enobrecer sua credencial, não vemos onde possa ser alvo de sanção
disciplinar, espero que os dirigentes do Conselho Federal de Psicologia e do
Conselho Regional de Psicologia do Paraná, atendam nosso pedido de ponderar, no
sentido de analisar no que essa competente profissional, no exercício de sua
cidadania, no uso das redes sociais, possa estar de qualquer forma denegrindo a
prestigiosa classe dos Psicólogos”.
Confira abaixo a íntegra do discurso do
deputado Marco Feliciano:
Uso desta tribuna para homenagear uma classe de
profissionais que muito tem colaborado para o bem estar de milhares de pessoas
que sofrem de algum tipo de distúrbio emocional, refiro-me aos Psicólogos. Na
minha atuação como Pastor, tenho presenciado inúmeros casos onde a religião se
integra à ciência, e se completam, pois a Fé e o conhecimento fazem parte da
própria essência divina, que acreditamos, possuir através do espírito
características exclusivas de nós seres humanos e é nossa crença que se
alicerçam as relações humanas.
Ao mesmo tempo aproveito para manifestar minha
preocupação com relação a atitudes do Conselho Federal de Psicologia que enviou
pedido de instauração de procedimento disciplinar ao Conselho Regional de
Psicologia do estado do Paraná, contra a Psicologia do estado do Paraná, contra
a Psicóloga Marisa Lobo, por professar sua Fé cristã. Observamos as atitudes
desse Egrégio Conselho que nos remeteu aos métodos da Inquisição, pois não se
trata de fatos ocorridos durante atendimento em consultório, mas sim divulgação
feita através dos diversos segmentos. Em nenhum momento a Drª Marisa Lobo,
demonstra que usa esses meios de comunicação para o engrandecimento da pessoa
humana.O fato da Drª Marisa se identificar como psicóloga cristã, nada mais é do
que o reconhecimento da importância que dá a sua formação profissional. O que
nos causa estranheza é que as reclamações que teriam chegado ao Conselho Federal
de Psicologia, que reavalie sua posição em relação ao procedimento. O que nos
causa estranheza é que as reclamações que teriam chegado ao Conselho Federal de
Psicologia em relação a Drª Marisa, deu-se através de redes sociais virtuais, e
não formalmente como se esperaria de alguém realmente preocupado com o
aprimoramento das instituições profissionais.
Foi nos informado que o Conselho de Psicologia
do Paraná, em procedimento disciplinar instaurado para apurar desvio ético
profissional que teria sido cometido pela Drª Marisa, deu prazo de 15(quinze)
dias, para que a apurada retirasse de todas as redes sociais sua referência a
ser psicóloga cristã. O fato de a Drª Marisa usar no seu título, psicóloga
cristã, só faz enobrecer sua credencial, não vemos onde possa ser alvo de sanção
disciplinar, espero que os dirigentes do Conselho Federal de Psicologia e do
Conselho Regional de Psicologia do Paraná, atendam nosso pedido de ponderar, no
sentido de analisar no que essa competente profissional, no exercício de sua
cidadania, no uso das redes sociais, possa estar de qualquer forma denegrindo a
prestigiosa classe dos Psicólogos.
Muito Obrigado!
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Afrontas evangélicas à laicidade do Estado e
da Psicologia
O Conselho Federal de Psicologia proíbe os
psicólogos de emitir opiniões ou tratar a homossexualidade como transtorno. Mas
o deputado João Campos (PSDB-GO) apresentou um projeto legislativo que visa a
permitir que psicólogos tentem curar a homossexualidade dos pacientes que assim
desejarem. O Conselho criticou esse projeto, lembrando que suas normas éticas
procuram combater a intolerância.
Essa questão veio à tona motivada pela recente
polêmica protagonizada pela “psicóloga cristã” Marisa Lobo, que usava sua
profissão para aplicar conceitos religiosos contrários à perspectiva hegemônica
na ciência Psicologia, tentando curar homossexuais de sua “doença” e
contrariando a ética do Conselho Federal de Psicologia.
Que a homossexualidade não é doença existe um
relativo consenso nas áreas da Saúde, especialmente aquelas ligadas à mente,
como a Psicologia e a Psicanálise. Desde 1990 a Organização Mundial da Saúde
(OMS) não considera mais a homossexualidade uma patologia.
Assim, o que ainda motiva a classificação desse
comportamento sob o rótulo de “doença”? Certamente não é nenhuma teoria
científica biológica ou psicológica, mas um valor tradicional ligado às noções
culturais de masculinidade e feminilidade ideais e, em especial, a ideia bíblica
de que a homossexualidade é um pecado, ou seja, um comportamento mau que deve
ser corrigido sob pena da punição divina. Quando se transpõe essa ideia para uma
terapia psicológica, ela se traduz como “uma doença que deve ser curada”.
É preciso cuidado nessa questão ao levantar o
problema da liberdade religiosa. Um homossexual evangélico adulto tem plena
liberdade de buscar em sua religião, com ajuda da sua igreja e seus pastores,
uma “correção” ou “cura” (espiritual) para assumir comportamento condizente com
os preceitos cristãos (não estou dizendo que vá conseguir virar hétero, nem acho
que seja fácil). Mas ele não vai encontrar esse tipo de abordagem na Psicologia
(ao menos na psicologia feita com responsabilidade ética).
Se um homossexual busca um psicólogo, é papel
deste buscar a origem da aflição do paciente, e ela não está no mero fato de a
pessoa gostar de parceiros sexuais do mesmo sexo ou no sentimento de inadequação
ao próprio sexo. O problema é social, está na discriminação sofrida por aqueles
que se desviam da norma aceita, o que leva à dificuldade de autoaceitação.
Qualquer medida que vise ao fim do sofrimento
das pessoas com sexualidade “desviante” deve buscar promover a erradicação da
ignorância sobre a sexualidade humana, o fim da discriminação e a substituição
da desigualdade pela assunção da diferença e da diversidade.
O projeto do deputado Campos faz parte de uma
constante tentativa de políticos ligados ao Cristianismo para introduzir no
Estado laico brasileiro os valores de uma parcela da população que não
representa a diversidade dos brasileiros. A própria ideia de uma “Frente
Parlamentar Evangélica”, da qual Campos é o líder, já é uma afronta à laicidade,
pois fortalece um grupo que confunde valores religiosos adstritos à esfera
individual com valores democráticos que dizem respeito ao conjunto de cidadãos
brasileiros.
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Caso Rozangela Justino
O Caso Rozangela Justino refere-se ao processo
de censura pública aplicado pelo Conselho Federal de Psicologia do Brasil (CFP)
à psicóloga brasileira Rozangela Alves Justino por oferecer tratamento a
pacientes que quisessem deixar a homossexualidade. O CFP confirmou a censura
pública anteriormente imposta pelo Conselho Regional de Psicologia do Rio de
Janeiro, afirmando que a conduta da psicóloga contraria a determinação da
Organização Mundial da Saúde de 17 de maio de 1990 e a Resolução CFP n.° 001/99,
de 22 de março de 1999, do CFP, que diz que "a homossexualidade não constitui
doença, nem distúrbio e nem perversão" e que, pois, "os psicólogos não
colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das
homossexualidades".
Processo
Em 2007, uma ONG de defesa dos direitos
homossexuais sediada em Nova Iguaçu ingressou com representação contra a
psicóloga no Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, que decidiu no
final daquele ano pela censura pública.
Tendo recorrido daquela decisão, o Conselho
Federal de Psicologia do Brasil manteve a censura pública, conforme decisão
tomada em 31 de julho de 2009. Expôs o Conselho Federal de Psicologia do Brasil
que, ao oferecer terapia para que homossexuais deixassem a homossexualidade, a
psicóloga infringiu a Resolução CFP n.° 001/99, de 22 de março de 1999 Essa
resolução encontra ainda respaldo na determinação da Organização Mundial da
Saúde de 17 de maio de 1990, ao expressar que "a homossexualidade não constitui
doença, nem distúrbio e nem perversão".
O advogado da psicóloga afirmou que recorreria
à justiça comum contra a decisão, e a psicóloga disse que continuaria oferecendo
o mesmo tratamento.Um dia antes do julgamento do recurso, a Associação
Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT)
protocolou no Conselho Federal de Psicologia um abaixo-assinado contendo 133
organizações que pediam a manutenção da censura pública. Também já encaminhou
representação ao Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro pedindo a
cassação do registro da profissional, processo que aguardava a conclusão do
pedido de censura.
Nove dias antes da decisão, em 22 de julho,
Rozangela havia ingressado com mandado de segurança na 15ª Vara Federal do
Distrito Federal, pedindo a suspensão do processo, alegando a
inconstitucionalidade da Resolução nº 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia,
mas em 30 de julho, um dia antes da decisão, a liminar foi indeferida.
Polêmica
O caso ganhou notoriedade nos meios de
comunicação quando Rozangela Justino foi censurada institucionalmente por
prometer reverter a homossexualidade. A classificação oficial da Organização
Mundial da Saúde (OMS) de 1990 e a resolução específica do Conselho Federal de
Psicologia do Brasil (CFPB) de 1999, excluem a tipificação de patologia à
homossexualidade.
Sobre a punição, Rozangela afirma que "o
movimento pró-homossexualismo tem feito alianças com conselhos de psicologia e
quer implantar a ditadura gay no país".
O bispo da Diocese de Recife da Igreja
Anglicana do Cone Sul da América, reverendo Robinson Cavalcanti, declarou seu
apoio à psicóloga, considerando que o resultado do julgamento foi um "ato de
perseguição heterofóbica do Conselho Federal de Psicologia". Durante o processo
de 2009, Rozangela só admitiu ser fotografada disfarçada, dizendo-se perseguida,
comparando a militância homossexual ao nazismo, afirmando que "o ativismo
pró-homossexualismo está diretamente ligado ao nazismo. Todos os movimentos de
desconstrução social estudam o nazismo, porque compartilham um ideal de domínio
político e econômico mundial."
Em julho de 2009 afirmou que "Estão me
submetendo a uma mordaça. Mas quero dizer às pessoas que estão em estado de
sofrimento psíquico e desejam deixar a homossexualidade que procurem
profissionais nas suas cidades." Sobre a ligação à prática religiosa, Rozangela
afirmou, na mesma data, "Tenho minha experiência religiosa que eu não nego. Tudo
que faço fora do consultório é permeado pelo religioso. Sinto-me direcionada por
Deus para ajudar as pessoas que estão homossexuais."
Em novembro de 2009, Rozangela comunicou
publicamente que, devido às pressões sofridas, inclusive ameaças de morte, e em
acato à decisão do CFP, não mais ofereceria terapia para pessoas que desejam
deixar o comportamento homossexual.
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Entrevista com Rozangela Justino
Aceitar as diferenças e entender as variações
da sexualidade são traços comuns das sociedades contemporâneas civilizadas. A
psicóloga Rozângela Alves Justino, 50, faz exatamente o contrário. Formada em
1981 pelo Centro Universitário Celso Lisboa, do Rio de Janeiro, com
especialização em psicologia clínica e escolar, ela considera a homossexualidade
um transtorno para o qual oferece terapia de cura. Na semana passada, foi
censurada publicamente pelo Conselho Federal de Psicologia (formado, segundo
ela, por muitos homossexuais "deliberando em causa própria") e impedida de
aceitar pacientes em busca do "tratamento". Solteira, dedicada à profissão e
fiel da Igreja Batista, Rozângela diz que ouviu um chamado divino num disco de
Chico Buarque e compara a militância homossexual ao nazismo. Só se deixa
fotografar disfarçada, por se sentir ameaçada, e faz uma defesa veemente de suas
opiniões.
A senhora acha que os homossexuais sofrem de
algum distúrbio psicológico?
O Conselho Federal de Psicologia não quer que
eu fale sobre isso. Estou amordaçada, não posso me pronunciar. O que posso dizer
é que eu acho o mesmo que a Organização Mundial de Saúde. Ela fala que existe a
orientação sexual egodistônica, que é aquela em que a preferência sexual da
pessoa não está em sintonia com o eu dela. Essa pessoa queria que fosse
diferente, e a OMS diz que ela pode procurar tratamento para alterar sua
preferência. A OMS diz que a homossexualidade pode ser um transtorno, e eu
acredito nisso.
"Conheço pessoas que deixaram as
práticashomossexuais. E isso lhestrouxe conforto. Perderama atração
homossexual,que foi se minimizando. Deixaram de sentir o
desejo por intermédio da psicoterapia e por
outros meios"
O que é não estar em sintonia com o seu eu,
no caso dos homossexuais?
É não estar satisfeito, sentir-se sofrido com o
estado homossexual. Normalmente, as pessoas que me procuram para alterar a
orientação sexual homossexual são aquelas que estão insatisfeitas. Muitas,
depois de uma relação homossexual, sentem-se mal consigo mesmas. Elas podem até
sentir alguma forma de prazer no ato sexual, mas depois ficam incomodadas. Aí
vão procurar tratamento. Além disso, transtornos sexuais nunca vêm de forma
isolada. Muitas pessoas que têm sofrimento sexual também têm um transtorno
obsessivo-compulsivo ou um transtorno de preferência sexual, como o
sadomasoquismo, em que sentem prazer com uma dor que o outro provoca nelas e que
elas provocam no outro. A própria pedofilia, o exibicionismo, o voyeurismo podem
vir atrelados ao homossexualismo. E têm tratamento. Quando utilizamos as
técnicas para minimizar esses problemas, a questão homossexual fica mínima,
acaba regredindo.
Há estudos que mostram que ser gay não é
escolha, é uma questão constitutiva da sexualidade. A senhora acha mesmo
possível mudar essa condição?
Cada um faz a mudança que deseja na sua vida.
Não sou eu a responsável pela mudança. Conheço pessoas que deixaram as práticas
homossexuais. E isso lhes trouxe conforto. Conheço gente que também perdeu a
atração homossexual. Essa atração foi se minimizando ao longo dos anos. Essas
pessoas deixaram de sentir o desejo por intermédio da psicoterapia e por outros
meios também. A motivação é o principal fator para mudar o que quiser na
vida.
A senhora é heterossexual? Sou.
Pela sua lógica, seria razoável dizer que, se a
senhora quisesse virar homossexual, poderia fazê-lo. Eu não tenho essa vivência.
O que eu observei ao longo destes vinte anos de trabalho foram pessoas que
estavam motivadas a deixar a homossexualidade e deixaram. Eu conheço gente que
mudou a orientação sem nem precisar de psicólogo. Elas procuraram grupos de
ajuda e amigos e conseguiram deixar o comportamento indesejado. Mas, sem dúvida,
quem conta com um profissional da área de psicologia tem um conforto maior. Eu
sempre digo que é um mimo você ter um psicólogo para ajudá-lo a fazer essa
revisão de vida. As pessoas se sentem muito aliviadas.
Esse alívio não seria maior se a senhora as
ajudasse a aceitar sua condição sexual?
Esse discurso está por aí, mas não faz parte do
grupo de pessoas que eu atendo. Normalmente, elas vêm com um pedido de mudança
de vida.
Se um homem entrar no seu consultório e
disser que sabe que é gay, sente desejo por outros homens, só precisa de ajuda
para assumir perante a família e os amigos, a senhora vai ajudá-lo?
Ele não vai me procurar. Eu escolho os
pacientes que vou atender de acordo com minhas possibilidades. Então, um caso
como esse, eu encaminharia a outros colegas.
Não é cruel achar que os gays têm alguma
coisa errada?
O que eu acho cruel é ser uma profissional que
quer ajudar e ser amordaçada, não poder acolher as pessoas que vêm com uma
queixa e com um desejo de mudança. Isso é crueldade. Eu estou me sentindo
discriminada. Há diversos abaixo-assinados de muitas pessoas que acham que eu
preciso continuar a atender quem voluntariamente deseja deixar a atração pelo
mesmo sexo.
Por que a senhora acha que o Conselho
Federal de Psicologia está errado e a senhora está certa?
Há no conselho muitos homossexuais, e eles
estão deliberando em causa própria. O conselho não é do agrado de todos os
profissionais. Amanhã ele muda. Eu mesma posso me candidatar e ser presidente do
Conselho de Psicologia. Além disso, esse conselho fez aliança com um movimento
politicamente organizado que busca a heterodestruição e a desconstrução social
através do movimento feminista e do movimento pró-homossexualista, formados por
pessoas que trabalham contra as normas e os valores sociais.
Gays existem desde que o mundo é mundo.
Aparecem em todas as civilizações. Isso não indica que é um comportamento
inerente a uma parcela da humanidade e não deve ser objeto de preconceito? Olha,
eu também estou sendo discriminada. Estou sofrendo preconceito. Será que não
precisaria haver mais aceitação da minha pessoa? Há discriminação contra todos.
Em 2002, fiz uma pesquisa para verificar as violências que as pessoas costumam
sofrer, e o segundo maior número de respostas foi para discriminação e
preconceito. As pessoas são discriminadas porque têm cabelo pixaim, porque são
negras, porque são gordas. Você nunca foi discriminada?
Não como os gays são. Não? Nunca ninguém a
chamou de nariguda? De dentuça? De magrela? O que quero dizer é que as pessoas
que estão homossexuais sofrem discriminação como todas as outras. Eu tenho
trabalhado pelos que estão homossexuais. Estar homossexual é um estado. As
pessoas são mulheres, são homens, e algumas estão homossexuais.
Isso não é discriminação contra os que são
homossexuais e gostam de ser assim?
Isso é o que você está dizendo, não é o que a
ciência diz. Não há tratados científicos que digam que eles existem. Eu não
rotulo as pessoas, não chamo ninguém de neurótico, de esquizofrênico. Digo que
estão esquizofrênicos, que estão depressivos. A homossexualidade é algo que pode
passar. Há um livro do autor Claudemiro Soares que mostra que muitas pessoas
famosas acreditam que é possível mudar a sexualidade. Entre eles Marta Suplicy,
Luiz Mott e até Michel Foucault, todos historicamente ligados à militância
gay.
Quantas pessoas a senhora já ajudou a mudar
de orientação sexual?
Nunca me preocupei com isso. Psicólogo não está
preocupado com números. Eu vou fazer isso a partir de agora. Vou procurar a
academia novamente. Vou fazer mestrado e doutorado. Até hoje, eu só me preocupei
em acolher pessoas.
O que a senhora faria se tivesse um filho
gay?
Eu não teria um filho homossexual. Eu teria um
filho. Eu iria escutá-lo e tentaria entender o que aconteceu com ele. Os pais
devem orientar os filhos segundo seus conceitos. É um direito dos pais. Olha, eu
quero dizer que geralmente as pessoas que vivenciam a homossexualidade gostam
muito de mim. E também quero dizer que não sou só eu que defendo essa tese.
Apenas estou sendo protagonista neste momento da história.
A senhora se considera uma
visionária?
Não. Eu sou uma pessoa comum, talvez a mais
simplesinha. Não tenho nenhum desejo de ficar famosa. Nunca almejei ir para a
mídia, ser artista, ser fotografada.
A senhora já declarou que a maior parte dos
homossexuais é assim porque foi abusada na infância. Em que a senhora se
baseou?
É fato que a maioria dos meus pacientes que
vivenciam a homossexualidade foi abusada, sim. Enquanto nós conversamos aqui,
milhares de crianças são abusadas sexualmente. Os estudos mostram que os abusos,
especialmente entre os meninos, são muito comuns. Aquelas brincadeiras entre
meninos também podem ser consideradas abusos. O que vemos é que o sadomasoquismo
começa aí, porque o menino acaba se acostumando àquelas dores. O homossexualismo
também.
A senhora é evangélica. Sua religião não
entra em atrito com sua profissão?
Não. Sou evangélica desde 1983. Nos anos 70,
aconteceu algo muito estranho na minha vida. Eu comprei um disco do Chico
Buarque. De um lado estavam as músicas normais dele. Do outro, em vez de tocar
Carolina, vinha um chamamento. Eram todas canções evangélicas. Falavam da
criação de Deus e do chamamento da ovelha perdida. Fui tentar trocar o LP e, na
loja, vi que todos os discos estavam certinhos, menos o meu. Fiquei pensando se
Deus estava falando comigo.
O espírito cristão não requer que os
discriminados sejam tratados com maior compreensão ainda?
Se eu não amasse as pessoas que estão homossexuais, jamais trabalharia com elas. Até mesmo os ativistas do movimento pró-homossexualismo reconhecem o meu amor por eles. Sempre os tratei muito bem. Sempre os cumprimentei. Na verdade, eles me admiram.
Por que a senhora se disfarça para ser
fotografada?
Um dos motivos é que eu não quero entrar no meu prédio e ter o porteiro e os vizinhos achando que eu tenho algum problema ligado à sexualidade. Além disso, quero ser discreta para proteger a privacidade dos meus pacientes. Por fim, há ativistas que têm muita raiva de mim. Eu recebo vários xingamentos; eles me chamam de velha, feia, demente, idiota. Trabalho num clima de medo, clandestinamente, porque sou muito ameaçada. Aliás, estou fazendo esta entrevista e nem sei se você não está a serviço dos ativistas pró-homossexualimo. Eu estou correndo risco.
"O ativismo pró-homossexualismo está
diretamente ligado ao nazismo. Todos os movimentos de desconstrução social
estudam o nazismo, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico
mundial"
Que poder exatamente a senhora atribui a
esses ativistas pró-homossexualismo?
O ativismo pró-homossexualismo está diretamente
ligado ao nazismo. Escrevi um artigo em que mostro que os dois movimentos têm
coisas em comum. Todos os movimentos de desconstrução social estudaram o nazismo
profundamente, porque compartilham um ideal de domínio político e econômico
mundial. As políticas públicas pró-homossexualismo querem, por exemplo, criar
uma nova raça e eliminar pessoas. Por que hoje um ovo de tartaruga vale mais do
que um embrião humano? Por que se fala tanto em leis para assassinar crianças
dentro do ventre da mãe? Porque existe uma política de controle de população que
tem por objetivo eliminar uma parte significativa da nação brasileira. Quanto
mais práticas de liberação sexual, mais doenças sexualmente transmissíveis e
mais gente morrendo. Essas políticas públicas todas acabam contribuindo para o
extermínio da população. Essas pessoas que estão homossexuais estão ligadas a
todo um poder nazista de controle mundial.
Não há certo exagero em comparar a
militância homossexual ao nazismo?
Bom, se você acha que isso pode me prejudicar,
então tire da entrevista. Mas é a realidade.
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Entrevista com Marisa Lobo
A decisão imposta pelo Conselho Regional de
Psicologia do Paraná, que estabelecia um prazo de 15 dias para que a psicóloga
cristã, Marisa Lobo, retirasse de seus sites e redes sociais todo o conteúdo que
vincule sua profissão a posicionamentos religiosos, teve o prazo expirado e de
acordo com a psicóloga o Conselho não comunicou nenhum novo procedimento contra
ela.
Marisa Lobo foi intimada porque diversos
ativistas do movimento gay e também ateus fizeram denúncias contra a
profissional colocando em risco o seu registro.
No dia 9 de fevereiro Marisa Lobo teria sido
chamada ao Conselho Regional de Psicologia de Curitiba onde foi informada sobre
as diversas denúncias que fizeram contra ela. Os denunciantes seriam ativistas
gays, usuários de maconha e ateus que se sentiram incomodados com as declarações
da psicóloga nas redes sociais.
As fiscais do CRP leram para Marisa o código de
ética dizendo que ao expressar suas crenças religiosas ela estaria violando os
termos do conselho.
O portal Gospel Prime entrou em contato através
do correspondente especial Michael Caceres, com o Conselho Regional de
Psicologia do Paraná, em Curitiba, para saber sobre os procedimentos que seriam
tomados, já que a psicóloga não obedeceu ao parecer do Conselho.
Por telefone o Conselho informou que “não
poderiam dar muitas informações para não expor a profissional, e que o caso
[dela], foi por vontade própria levado à mídia, e o Conselho regional nunca fez
qualquer declaração para expor a profissional”, além disso, disseram “não ter
nenhuma restrição quanto a religião da profissional” e que “o próprio Conselho
Federal havia publicado um artigo falando sobre o tema”.
Marisa Lobo concedeu entrevista ao repórter
Michael e disse que aguarda o procedimento do CFP e que irá interpelar
judicialmente o Conselho.
Leia a entrevista na integra:
Gospel Prime – O prazo dado pelo Conselho
para que a senhora retirasse sua orientação de fé expirou. O CRP deu
continuidade ao processo?
Marisa Lobo – Não me deu retorno ainda, mas
segundo as fiscais que me orientaram, se eu não retirasse conforme orientação,
em 15 dias, entraria em processo ético, depois em censura pública e então em
processo de cassação.
Mas uma delas me deu uma orientação no mínimo
preconceituosa, e feriu o código de ética porque induziu ao erro e a convicções
religiosas, disse: você não precisa ser cassada pode deixar a psicologia e ser
pastora. Ainda não entraram em contato ou por estarem com medo, por perceberem o
tiro no pé que deram, ou simplesmente por acreditar que eu ainda desista, o que
nunca vai acontecer, porque ser cassada por defender minha fé em Cristo pra mim
é Obrigação e um prazer, é honra.
GP – Desde que o CFP lhe intimou à senhora
tem recebido apoio nas redes sociais, na Câmara dos Deputados e até no Senado.
Como a senhora se sente ao receber todo esse apoio?
Marisa – Abençoada por Deus e na certeza que
era exatamente esse enfrentamento que Deus quer de mim, porque sei que pareço
pequena e sou fraca, mas como diz meu amigo e pastor Marco Feliciano: é na
fraqueza que Deus te fortaleceu, creia.
Deus me disse que enviaria anjos e me
sustentaria, só acreditei. Primeiro enviou o deputado Marco Feliciano, pastor
conceituado em todo Brasil, depois o senador Magno Malta – o mais querido
senador, em minha opinião. O delegado e meu deputado e amigo no Paraná
Francischini, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, João Campos, e o
vice da frente, deputado Lucena, o deputado e advogado Eduardo Cunha e muitos
outros parlamentares, partidos, Fenasp, padres e pastores de todo Brasil,
cristãos nas redes sociais. Me sinto, não perseguida, mas protegida por Deus por
estar a seu serviço.
GP – Nas reuniões que teve com os
parlamentares evangélicos em Brasília o que ficou acertado?
Marisa – Cada deputado vai fazer sua parte e
juntos mobilizar ações que favoreçam a todos como, audiência pública para
discutir a perseguição religiosa que está se instalando no Brasil através das
profissões exatamente pela via dos regulamentos e códigos de ética. A divulgação
em massa para que nosso povo católico, evangélico e espírita, enfim os que
acreditam em Jesus Cristo como Salvador, saibam desta perseguição travestida de
direitos humanos, tolhendo na verdade nosso direito de professar nossa fé em
público.
O que fere o artigo 5º da Constituição e
exatamente o artigo 18 da Declaração Universal de Direitos Humanos que veio para
garantir a liberdade religiosa e a possibilidade de mudança. Que ironia um
direito que o conselho defende tanto e exatamente por negá-lo que o conselho me
persegue. Ou seja, pensam que somos “idiotas úteis”, povo de pouca cultura e
inteligência, sabemos exatamente o que a declaração nas entrelinhas queria, e
Deus transformou maldição em benção e ela vai ter que me defender. Pois direitos
humanos são multilateral, não unilateral como estão tentando nos fazer
acreditar.
Não podemos admitir que a Comissão de Direitos
Humanos seja usada como bandeira ideológica das minorias contra as maiorias, de
forma unilateral , pois direitos humanos é para todos é multilateral, eu quero
meu direito. E se o Código de Ética está acima dessa máxima algo está errado.
Quero saber se minha constituição tem valor.
GP - Qual a posição do Senador Magno Malta
em relação a possível tentativa de cassação que o CFP pretende?
Marisa – Indignação, quem conhece o senador
sabe que ele não aceita injustiças independente de onde elas venham, luta por
direitos humanos de direitos da família e não fica apenas na fala, parte para
ação sem medo. Além da reunião que participei na Frente Parlamentar da Família,
que tem mais de 400 deputados de todas as religiões, apresentou em tribuna um
requerimento convocando o presidente do CFP para dar esclarecimentos juntamente
comigo, na Comissão de Direitos Humanos. Que foi aprovada por unanimidade,
ninguém aceita um pais que não crê em Deus essa é a verdade. Nosso Pais é laico,
mas não ateu. Além de estar em parceria com a frente parlamentar evangélica em
outras ações.
GP – Como e quando começou esta
perseguição?
Marisa – Com questionamentos que fiz sobre o
conteúdo do “kit gay”. Enviei uma carta ao deputado, Pastor Marco Feliciano e
sabendo que outros profissionais questionavam usou a tribuna como protesto,
falou meu nome e toda a comunidade gay, ateus, defensores de legalização de
drogas, aborto começaram a me ofender e me perseguir em todas as minhas redes
sociais e me chamar de homofóbica.
Começamos então perceber em discussões que não
era sente o conteúdo do Kit gay, inadequado mas posição do conselho claramente
militando de forma unilateral em causa de orientação sexual, política, contra o
cristianismo sem se preocupar com o código de ética, induzindo até convicções de
que internamento é segregação, que liberar dragas é a solução e começamos nos
preocupar com essas posturas que contraiam a defesa da família, e do próprio
direitos humanos.
A Meu pedido o deputado Marco Feliciano usou a
tribuna para questionar a postura do presidente do CFP, por declarações chamando
comunidades terapêuticas de segregadoras, mostrando claramente falta de
conhecimento e preconceito religioso.
Em virtudes de tantos ataques fui orientada por
amigos e pelo pastor Feliciano a responder com mensagens cristãs nas minhas
redes sociais falando do amor de Jesus. Porém, tudo, absolutamente tudo que
falava virava motivo para perseguição e tentavam os ativistas me caracterizar
como Homofóbica.
Quando na verdade eles sim praticavam
heterofobia, ativistas colocaram meu registro na internet pedindo em massa para
que me denunciasse por preconceito e indução religiosa. O CRP Paraná acatou
inclusive um dos pedidos veio do próprio CFP, segundo as fiscais do conselho e
sem deixar que me defendesse me deram deu 15 dias de prazo para tirar das redes
sociais tudo que me vincule a Deus, eu Marisa Lobo, posso ser cristã, a
psicóloga não, e não aceitei. Porque retirar das minhas redes sociais que sou
uma psicóloga Cristã e não poder falar de Deus é negar Jesus e jamais
farei.
GP - Qual a sua posição em relação ao
projeto da Bancada Evangélica que propõe tratamento a gays?
Marisa – Apoio totalmente, não como religiosa,
mas como psicóloga. E creio ser este o momento de ouro, pois nos dá a
oportunidade de discutir o assunto a nível nacional, praticando a verdadeira
democracia e desfazer a idéia implantada falsamente na sociedade que a resolução
01/99 proíbe o profissional de oferecer tratamento. O eu a resolução diz é:
quando não solicitado, entretanto se a pessoa desejar por livre espontânea
vontade deve sim o profissional atender respeitando a vontade do paciente. Foram
acrescentadas falas de preconceito neste projeto a ponto de implantarem uma
memória subjetiva no silêncio na calada da noite, foram adicionando conceitos
opiniões e nós que nos omitimos fomos aceitando, a ponto de se tornar uma falsa
verdade.
Não podemos aceitar, como profissionais sérios
de psicologia mais esta barbaria, se são tão éticos os que me criticam,agora é
hora da verdade.Usem sua ética e parem de se alienar por este conselho por medo,
pois este medo é infundado não procede está sendo sugestionado por um engano que
pode ser explicado pela “sociologia e linguística da mentira” a justificativa
para manipular esta resolução na mídia é legítima? Eu creio que são informações
desencontradas, manipuladas .Me pergunto quem está alienando por quem?
GP - A senhora é a idealizadora deste
projeto?
Marisa – Não, o idealizador é o presidente da
frente parlamentar evangélica deputados João Campos. Foi um projeto elaborado a
partir de apelos de vários profissionais de psicologia insatisfeito com essa
falta de ética da própria autarquia (CFP) que nas entrelinhas por estar
militando ativamente de forma contraria a ética que nos ensina o próprio
conselho tem criado um desconforto na profissão o relator e o deputado Roberto
de Lucena Eu participarei, com outros profissionais de saúde mental da audiência
pública que já foi aprovada pela comissão de seguridade social e família da
câmara e que está para ser marcada nos próximos dias.
Gospel Prime – Em sua opinião a mídia
secular pode atrapalhar o andamento deste projeto?
Marisa Lobo – Algumas mídias, sim serão
tendenciosas, vão querer vender, outras manipular os fatos, para sugestionar
posições, ou seja, perverter a realidade a seu gosto pessoa. Mas prefiro
acreditar na imprensa séria que é a maioria. Prefiro acreditar que existam
pessoas sérias que querem travar um debate verdadeiramente democrático,
independente de crenças vamos confiar na democracia que tanto pregam, e na
liberdade religiosa que tanto lutaram, eu não estou pedindo para induzir ao meu
paciente uma fé e ou religião, estou apenas exigindo meu direito de cidadã de
professar minha fé, nem lugares públicos, na mídia em minha redes sociais , e
respeito ao minha escolha meu desejo . Ou será que essa Luta é apenas para os
movimentos contrários a minha orientação sexual (hetero) e a minha fé
Cristã?
GP – Qual a posição de sua família quanto a
estes debates?
Marisa - Não exponho meus filhos, por receio de
ofenderem são jovens, que trabalham fazem pós-graduação, sabe do acontecido,
estão com receio, mas não com medo, pois sabem quem eu sirvo. Meu marido está me
apoiando então é tudo que precisava.
GP- Se o CFP conseguisse, de alguma forma,
cassar o seu registro profissional, o que a senhora faria?
Marisa – Daria Glória a Deus pois em tudo daí
graças, além de recorrer a o ONU comissão internacional de direito humanos,
porque não sou burra , sei bem que meus direitos podem ir além .Desistir eu,
jamais, morro mas morro lutando (RS)
O que todos nós precisamos entender é que
acabou a hipocrisia, estamos no tempo do cumprimento das promessas de Deus e de
acreditar de fato em sua palavra , e nela está escrito sobre as perseguições que
teríamos que enfrentar por causa do nome Dele.
Então é apenas comprimento e me sinto
privilegiada por sofrer essa perseguição.
Se somos cristãos temos que acreditar no que
pregamos ou estamos inventando uma fé, se Deus disse que ele é Deus, se eu
acreditei e entreguei minha vida a Ele, e disse lá no culto “eis me aqui” não
foi por bonito, para puxar o saco do pastor e ou irmãos, foi porque eu acreditei
que Deus me chamou para realizar uma tarefa e farei. Se o preço pago for minha
profissão de 16 anos, mais 9 anos de estudo, ainda assim será barato. Por preço
alto pagou Jesus pela minha vida. Nunca pagarei essa dívida, mas pretendo
amenizar. E cair nas graças não do mundo mas do meu Deus. Isso não é fanatismo é
amor. Agradecimento e ninguém vai me tirar o orgulho de dizer sou uma
profissional, cristã sirvo a Deus e não me envergonho do seu nome essa é minha
identidade minha orientação de fé de vida.
Marisa Lobo psicóloga e Cristã com
Orgulho.
Colaboração por e-mail: Alexsander de Carvalho
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